A GAZETA DE ALGOL

"O morto do necrotério Guaron ressuscitou! Que medo!"

Ferramentas do usuário

Ferramentas do site


fanworks:psultimate:epico:epico_016

Capítulo 16

Por James Maxlow e Mike Ripplinger
Traduzido por Vovô Dorin

“Calma, madame, por favor… contenha-se…” Noah agarrou a jovem senhora pelos braços, enquanto ela continuava a se enfurecer a respeito de Lassic.

“Não, você tem que fazer alguma coisa! Lassic, ele estava lá! Eu o vi chegar… ele era horrível, e havia guardas… pessoas corriam para suas casas, mas eu estava paralisada! Ele era pura maldade! Eu pude sentir! Você tem que nos salvar! Ele ainda deve estar aqui… ele ainda… oh Deus, e se ele vier atrás de mim porque eu o vi? Ele vai me matar, ele vai me matar! Você tem que ungh…” A mulher desmaiou nos braços de Noah, inconsciente.

“Eu a coloquei para dormir por um tempo… ela precisa dormir, obviamente, ela está histérica…” explicou Noah.

“Lassic está aqui? Ele poderia realmente estar aqui?” perguntou Alis, a preocupação em sua voz era óbvia.

“Se ele estava aqui, não está mais… eu sentiria sua presença se ele estivesse… mas esta mulher viu algo que a deixou transtornada.”

“Precisamos encontrar outra pessoa com quem conversar,” era a opinião de Myau. “Talvez nós possamos aprender algo que nos ajude em nossa busca.” Odin levantou seu braço e apontou para o oeste.

“Lá tem uma loja de produtos químicos… nós podemos ver se lá tem o Polymeteral, e tentar conseguir mais informações.” Noah enquanto carregou a jovem mulher para um banco próximo, então se juntou aos outros enquanto eles iam para a loja.

Lá dentro, um velho senhor permanecia atrás do balcão, lendo um grande livro. Notando a entrada deles, ele fechou o livro e os cumprimentou. “Olá, olá, estranhos… em que posso ajudá-los?” Com aparentemente sessenta anos, o velho senhor tinha alguns poucos fios de cabelo branco; sua aparência era fraca mas ainda lembrava os dias de força de sua juventude. Alis se dirigiu ao balcão.

“Bem, senhor, nós queremos comprar um certo tipo de produto químico… algo que dissolva metal…” O homem enrugou a testa.

“Receio não saber do que a senhora está falando, madame. Creio não poder ajudá-la…”

Odin deu um passo a frente, sua voz era firme. “Nós precisamos de um pequeno suprimento de Polymeteral. Nós sabemos que você vende isso aqui…” Neste momento ele fechou os punhos, “Você vendeu um pouco a comerciantes de Scion… e é absolutamente imperativo que nós tenhamos um pouco…” Implicada ou não, o velho sentiu a ameaça.

“Oh, ah, sim, eu creio que tenho um pouco de Polymeteral lá atrás… eu posso pegar um pouco para vocês… agora…” Ele desapareceu num aposento atrás. Poucos minutos depois ele voltou, carregando um pequeno frasco com um líquido azul em suas mãos. “Eu acredito que isto é… suficiente?” Odin agradeceu, enquanto Alis tirava o dinheiro de sua bolsa. Ela colocou quinze mil mesetas sobre o balcão, pegando o frasco.

“Este pagamento irá garantir que você nunca nos viu, certo?”

O homem gaguejou uma resposta. “Sim, sim… claro… espere, você,” ele disse enquanto apontava mansamente para Odin, “você é o caçador de monstros Odin, de Scion! Eu o reconheço dos relatos… eu não sabia, perdoe-me por tudo… nós temos que ter muito cuidado nos dias de hoje… eu estou honrado de tê-lo em minha loja, por favor perdoe minha grosseria, senhor.”

Odin sentiu a oportunidade. “Simplesmente um mal-entendido, então, hein? Diga-me, senhor, o que você sabe sobre Lassic ter vindo para esta cidade?“ Subitamente a voz do vendedor ficou mais fraca.

“Lassic… o rei esteve aqui recentemente… apenas uns poucos o viram chegar, mas as notícias voam… dizem que ele foi encontrar o doutor louco que trabalha no centro da cidade… dizem que ele está trabalhando para o rei, para um propósito desconhecido…”

“Um doutor?” perguntou Alis. “Que tipo de doutor?”

“Como eu disse, um doutor louco. Ele faz testes em animais… ele compra gatos de Scion, e os usa em experiências impronunciáveis… com certeza um homem horrível, uma mancha em nossa cidade… Oh meu Deus! Você!” ele exclamou enquanto encarava Myau, “Você! Você é um dos animais dele!”

As orelhas de Myau apontaram para frente, “Gatos Almiscarados?!? Ele está usando Gatos Almiscarados?!? Meu povo!”

“Este doutor louco deve ser a origem principal da vinda dos traidores de Scion!” rosnou Odin.

“E se Lassic estiver financiando ele…” acrescentou Noah.

“Nós temos que pará-lo!” Myau gritou, “nós temos que libertá-los!”

“Sim, nós temos. O que mais você pode nos dizer sobre este doutor, senhor?” O homem se embaraçou para responder à pergunta de Alis.

“Eu não posso dizer mais nada… tudo são apenas rumores… mas vocês encontrarão a entrada para o túnel que leva até o laboratório no extremo oeste da cidade… vocês se importariam de me contar o que vocês planejam para matá-lo? Poderia ser desafiar Lassic cara-a-cara! Certamente vocês…”

“Nós faremos o que for necessário”, declarou Alis, “para libertar os Gatos Almiscarados presos e ter certeza de que esse doutor não vai mais colocar ninguém em perigo. Não há outro interesse.” O homem estava impressionado, fitando os quatro heróis destemidos. “Obrigado por sua ajuda, senhor.”

“Boa sorte,” ele disse calmamente enquanto deixavam a loja.

- - -

O túnel que eles tinham que atravessar era mais como um labirinto, seus corredores cheios de curvas obviamente pretendiam desencorajar qualquer um que estivesse procurando o doutor. Mas os quatro guerreiros não seriam impedidos, e eles rapidamente atravessaram as passagens e saíram do túnel.

Eles estavam agora no centro da cidade; a ‘ilha’ que acomodava o laboratório do doutor era cercada por um largo fosso, mais uma prova de que ele não desejava ser incomodado. A construção mesmo era de tamanho médio, aproximadamente duas vezes maior que uma casa Abioniana. Eles prepararam suas armas, e Alis gesticulou para que avançassem. Odin à frente, seguido por Myau, Noah, e finalmente Alis.

A porta não tinha trancas. Com um chute forte e rápido, Odin pôs a porta abaixo. Eles entraram rapidamente, sem terem certeza do que os estava esperando.

O lugar era como outro laboratório qualquer, com béqueres, bicos de Bünsen, e outras coisas do tipo. Poções ferviam e um odor intenso se espalhava pelo ar. Gaiolas vazias encontravam-se espalhadas próximas à parede de trás; mas não havia qualquer criatura viva à vista. Uma porta encarava-os do outro lado da sala.

“Tem alguém aqui,” disse Myau calmamente, apesar da raiva em sua voz ser clara. “Eu posso sentir o cheiro dele”.

“Estejam preparados para tudo… ele deve saber que nós estamos aqui, na por…!” Alis parou a frase pelo meio quando uma figura enorme surgiu na entrada. Ele tinha aproximadamente sete pés de altura, vestido com um guarda-pó branco de laboratório. Sua cabeça estava completamente envolvida por uma bolha de vidro, tornando mais estranho seu rosto já esquisito.

“Quem são vocês? Como ousam invadir meu laboratório?!? Vocês sabem quem eu sou?” Subitamente, ele notou Myau perto de Odin. “Ei! Traga esse gato aqui!”

“Nós somos a justiça, viemos para acabar com seus planos terríveis, doutor!” a voz de Myau estava falha. “O que você fez ao meu povo?!? Onde eles estão? Diga-nos agora!!”

Um grande sorriso se abriu no rosto do doutor. “Há há, um Gato Almiscarado espirituoso! Você daria um ótimo experimento, roedor! Muitos dos seus irmãos são dóceis, o que torna quase uma obrigação matá-los!”

“Demônio! Você pagará por suas atrocidades!”

“Onde estão seus experimentos, doutor?!?” Alis gritou enquanto dava um passo a frente. “Sua vida está por um fio, você fará bem se nos disser AGORA!”

O doutor riu. “Claro, claro! Eu não tenho nada a esconder! Eles estão todos mortos! Parece que essas pestinhas tem pouca tolerância a dor… eles apenas ficam de pé e morrem de repente! É patético! Mas este, este aí parece que daria um ótimo experimento! Vocês três, saiam da frente!”

“ASSASSINOOOOOOOOO!” gritou Myau enquanto corria e saltava para cima do doutor. Ele o golpeou com suas garras, mas acertou apenas a armadura escondida por baixo do guarda-pó. Doutor Mad deu um chute violento, fazendo Myau voar através da sala. Ele então tirou subitamente uma pistola laser de dentro do guarda-pó e atirou em Odin, que foi derrubado pelo tiro. Alis e Noah deram um salto, mergulhando atrás de algumas mesas enquanto o doutor continuava a atirar neles. Odin rolou para se proteger, apesar da grande dor.

“Eu matarei qualquer um que interferir!” gritava o Doutor ensandecido.

Um raio acertou a mesa onde Noah estava escondido atrás, destruindo-a em milhões de pedaços; Noah mergulhou novamente, incapaz de se concentrar em sua magia. Alis, através da sala, olhou para Odin enquanto vidro explodia e voava sobre suas cabeças. Ela então se virou procurando por Myau, que agora estava atrás do doutor; Mad havia se esquecido dele em seu ataque de fúria assassina.

Rastejando, Myau pegou seu Bumerangue de Prata, segurando-o fortemente com a boca. Silenciosamente, ele deu um pulo para frente; uma explosão próxima fez Alis fechar seus olhos instintivamente. Houve uma grande estrondo, e quando ela abriu os olhos novamente, Mad jazia morto no chão, seu capacete de vidro estilhaçado. Suas costas cobertas de sangue; Myau em cima dele.

O Bumerangue caiu de sua boca. “Esta ameaça acabou.” Sua voz era fria e calma, um absoluto contraste com a fúria que ele apresentava alguns momentos antes.

Alis se levantou e andou em sua direção, enquanto Noah cuidava de Odin. “Ele devia estar mentindo, você sabe. Ainda deve haver Gatos Almiscarados vivos aqui…”

“Não,” ele disse para ela, “eu não sinto nenhum… apenas corpos mortos…” Odin esforçou-se para ir de encontro aos dois, Noah ajudando-o.

“Myau, meu amigo, não é sua culpa… você não tinha como saber.” Alis e Noah sabiam muito bem que não deveriam interromper os dois; este era um momento que eles deviam partilhar sozinhos.

“Sim Odin, é minha culpa. Eu abandonei meu povo, deixei-os para se defenderem sozinhos. Fui criado para ser seu protetor, e eu escolhi deixá-los… Isto é… imperdoável.”

“Não Myau,” continuou Odin, “não é sua culpa. Nós dois deixamos nossos trabalhos, nossas vidas, porque devemos enfrentar o mal maior, o próprio Lassic. A culpa é de Lassic, tudo isso. É a ele que devemos culpar, e precisamos continuar nosso caminho até que ele seja destruído. Só então poderemos cumprir nossas verdadeiras responsabilidades… só então nossos povos estarão realmente a salvo…” Myau permaneceu parado. “Você sabe no fundo do seu coração que deveria ser deste jeito, meu amigo.”

Myau caminhou de volta para a entrada do laboratório, indo para fora. Alis começou a segui-lo, mas Odin segurou seu braço. “Não, deixe-o. Ele precisa ficar sozinho agora. Vamos fazer o que pudermos por aqui, talvez possamos aprender algo útil… e então podemos começar a construir as sepulturas.”

- - -

Do lado de fora, Myau sentou sozinho, observando o céu. O pôr-do-sol lançava um brilho alaranjado sobre ele. Sua mente viajava a milhas de distância de seu corpo. Nunca mais, ele pensou. Nunca mais.

fanworks/psultimate/epico/epico_016.txt · Última modificação: 2009/01/16 13:27 por orakio

Ferramentas da página