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Autor: Mike Ripplinger
Tradutor: Orakio Rob
Muitas pessoas falam sobre o trágico evento que foi a morte de Nei em Phantasy Star II, e ainda que eu concorde que este foi um evento trágico, não acho que seja a maior tragédia do jogo. Na minha opinião, essa dúbia honra vai para a destruição do planeta Palma, o mundo natal de Alis Landale. A perda do planeta-capital do sistema Algol sempre foi o momento definitivo de Phantasy Star II a meus ver. Os criadores do jogo sabiam o que estavam fazendo quando explodiram Palma; A morte de Nei já havia sido o suficiente, mas eliminar Palma, um planeta que o jogador passou horas explorando com Alis e seus amigos, um planeta que Nero Landale morreu tentando proteger… É uma maneira conveniente de fazer o jogador de Phantasy Star II instantaneamente dizer, “Tudo bem, Cérebro-Mãe… agora é pessoal!”
Mas toda a tristeza da destruição de Palma se transforma em alegria em Phantasy Star III, onde revela-se que o povo de Algol escapou da destruição do planeta. O mundo pode ter acabado, sim, mas seu povo sobreviveu. Essa revelação talvez seja a mais animadora de toda a série. Como foi descrita a fuga pelos estudantes de Nova Mota:
“Somos os descendentes do povo de Palma, um planeta que circulava a distante estrela Algol. Palma foi destruído por um demônio que nos aterroriza a cada 1000 anos, trazendo morte e ruína. Esse demônio encarnado é conhecido como Dark Force!”
“O povo de Palma era composto de pensadores e criadores. Eles sabiam dos planos do demônio. Quando o vil Dark Force ergueu-se há mil anos atrás, foram feitos preparativos para a fuga de Palma.”
“Nossos ancestrais construíram uma frota de 400 naves. Essa esquadrilha escapou da destruição de Palma e partiu rumo ao espaço para encontrar um novo lar.”
Não acredito que fã algum de Phantasy Star discuta essas informações. Os problemas surgem, no entanto, quando se pergunta, “o que aconteceu depois?” Afinal o jogo nos dá duas diferentes respostas para essa pergunta.
A resposta é dada por um estudante de Nova Mota em Phantasy Star III: “Nossos ancestrais pensaram ter escapado das garras do imortal mestre do mal. Mas Dark Force conseguiu subir a bordo de uma das naves. Ele destruiu todas, exceto por uma de nossas naves irmãs antes que Orakio e Laya o aprisionassem em Alisa III. Agora só restam duas naves: a nossa, Alisa III, e a Neo Palm.”
A resposta nos é dada por Rika, lida do computador dos escombros (wreckage), em Phantasy Star IV: “Esperem… Essa não foi a única nave a escapar de Palma! Parece que outra naves similares também conseguiram escapar. A maioria pousou em Motávia ou Dezóris, mas parece que algumas chegaram a sair do sistema estelar Algol. Não posso obter um número exato, mas parece que foram algumas dezenas de naves.”
Os dois cenários não podem ser simultaneamente verdadeiros. Ou Dark Force destruiu todas as naves exceto duas, ou a “maioria” (mais da metade, umas 200 ou mais) delas pousou em Motávia e Dezóris. Como o jogo nos dá duas possibilidades, fica a cargo do jogador decidir qual das duas ele prefere e usá-la em sua própria interpretação.
Pessoalmente, não concordo com o Cenário IV, por três razões.
A primeira razão é: Vamos assumir por um momento que o cenário IV esteja correto. Depois de escaparem de Palma, a maioria das naves- mundo pousou em Motávia e Dezóris. Mas essa aterrissagem nunca é mostrada em Phantasy Star II. Devemos honestamente acreditar que o pouso de mais de 200 naves-mundo enormes carregadas de sobreviventes de Palma simplesmente não foi mostrada no jogo? Parece muito improvável para mim.
É inegavel que as naves estavam “camufladas” de alguma forma quando partiram de Palma, senão Tyler teria visto as naves escapando na gravação que fez da destruição de Palma. Mas como mais de 200 naves- mundo aterrisam em um planeta desapercebidas, eu não entendo.
Mas para minha segunda razão, vamos voltar um pouco mais, antes das naves-mundo serem lançadas de Palma. Vamos assumir que o plano dos que escaparam de Palma era fugir de seu planeta almadiçoado e seguir para Motávia e Dezóris. Por quê eles construiriam uma armada de gigantescas naves que consistiam em mundos habitáveis construídos em domos, quando sua viagem seria apenas um rápido passeio pelo sistema? Não teria sido bem melhor criar naves simples, grandes o suficiente para que cada pessoa no planeta possa se acomodar durante o rápido passeio até o próximo planeta?
Claramente, as próprias naves-mundo são a prova de que foram criadas para que os domos possuíssem uma variedade de paisagens, de vales verdejantes a tundras congeladas e desertos áridos. É absolutamente ilógico sugerir que mundos enormes e tão vivos foram criados apenas para levarem os Palmianos de Palma a Motávia ou Dezóris.
Finalmente, há a questão da fonte de nosso Cenário IV. Rika revela essas informacões ao resto do grupo enquanto a lê do computador dos escombros (wreckage). Ela não é uma expert no assunto, já que ela claramente não sabe a respeito da frota que escapou de Palma. (“Esperem…,” ela diz. “Essa não foi a única nave a escapar de Palma! Parece que outra naves similares também conseguiram escapar.”) Só isso certamente não é suficiente para que desconsideremos o cenário, mas quando combinado aos dois primeiros pontos contra o mesmo, reduz imensamente a nossa crença no Cenário IV.
Com os problemas presentes no Cenário IV, o que nos resta como única opção viável é o Cenário III. O problema com a explicação sobre o pouso das naves não existe aqui, já que neste cenário, as naves nunca pousaram. E mais, não há conflito com as origens das naves-mundo neste cenário, já que as naves fazem exatamente aquilo para que foram criadas. Finalmente, não existem problemas de credibilidade com a fonte deste cenário, já que os estudantes de Nova Mota dizem, “somos os guardiões da história de nosso povo. Por mil anos, mantivemos o passado vivo.”
Mas isso não significa que o Cenário III não tenha seus problemas. Não podemos simplesmente fingir que Rika nunca disse o que disse. Então porque ela diz aquilo?
Minha opinião é essa: Eu acredito que as naves-mundo tentaram pousar em Motavia e Dezoris, mas ao entrarem na órbita planetária, elas tiveram problemas. Quando se tornou óbvio que havia alguma falha nas naves que as prejudicavam quando estas entravam em órbita, elas desistiram e fugiram do sistema – explicando o que Rika disse a respeito das outras naves: “A maioria pousou em Motávia ou Dezóris, mas parece que algumas chegaram a sair do sistema estelar Algol.” Ela lê isso no computador de uma das naves que apresentou problemas; na época da última leitura de seus sensores, as naves estavam realmente preparando-se para pousar, mas nesse momento a nave começou a apresentar defeitos, então não existiam registros de que os pousos não ocorreram, e de que as naves restantes deixaram o sistema.
Essa não é uma idéia maluca que veio do nada como pode parecer. Sim, as naves-mundo foram originalmente criadas para manter a vida acesa por muito, muito, muito tempo, mas e se, antes de saírem do sistema, essas naves tentaram passar por Motávia e Dezóris para levar pessoas quem quisesse fugir do governo tirânico de Cérebro-Mãe? No entanto, quando as primeiras naves entraram na órbita de Motávia, se preparando para desligarem suas camuflagens e levarem mais passageiros, elas apresentaram problemas.
Uma objeção pode ser feita em relação à existência de tais problemas para se entrar na órbita, mas considere isso: Uma outra pergunta relacionada a toda essa situação sempre foi, Como os palmianos criaram uma frota tão grande de naves sem que Cérebro-Mãe descobrisse? Bem, quem disse que ela não descobriu? Quem garante que ela não permitiu qu as naves fossem construídas porque ela teria uma “porta dos fundos” para entrar nelas, controlá-las ou, o mais provável, simplesmente danificá-las se tentassem pousar em Motávia ou Dezóris? É como se ela estivesse dizendo, “'Otimo, deixem o sistema, mas não toquem em meu precioso planeta Motávia! Se tentarem pousar com suas belas naves novinhas, elas quebrarão.”
Quando as primeiras naves que tentaram pousar começaram a ter problemas, a frota abandonou o plano de levar abordo passageiros de Motávia e Dezóris antes de deixar o sistema, e simplesmente partiram imediatamente. Apesar dos defeitos, muitas ainda conseguiram sair de órbita e continuar, mas uma – a nave dos escombros (wreckage) – não conseguiu, e acabou presa na órbita de Motávia.
Advirto que minha explicação para as palavras de Rika é uma conjectura – Assim como qualquer explicação que seria dada por uma pessoa que crê no Cenário IV para explicar o porquê da invalidade do Cenário III seria também uma conjectura. – mas deixo essa pergunta para vocês: qual é a alternativa? Se nós seguirmos o Cenário IV, no qual a nave dos escombros pifou em órbita de Motávia enquanto a “maioria” das outras continuou a pousar em Motávia e Dezóris, isso não significa que a “maioria” (mais de 200) continuou a pousar na superfície de Motávia, ignorando completamente sua nave irmã presa em órbita? A própria Rika diz, em referência à nave dos escombros, “Eles flutuaram pelo espaço até que todos os humanos a bordo morreram.”
É simplesmente inacreditável para mim que dezenas de naves-mundo palmianas continuaram a pousar em Motávia enquanto o povo abordo de uma nave irmã morria lentamente. A idéia de que as naves pousaram não pode explicar esse completo desrespeito que os palmianos fugitivos tiveram com seus companheiros. No entanto, a explicação de Rika no Cenário III, a idéia de que as naves tentaram pousar mas foram forçadas a retornar depois que se tornou óbvio que qualquer nave que entrasse na órbita pifaria, essa idéia pode explicar esse abandono.
Como eu disse no começo, como no caso das datas de nascimento de psII e na teoria de Noah e Lutz , o destino das naves-mundo que não pode ser provada conclusivamente nem de uma forma nem de outra, já que os jogos nos trazem duas possibilidades igualmente viáveis. Cabe ao jogador decidir qual lhe parece mais confiável.
Quando as duas possibilidades são postas lado a lado, fica claro que os fatos do cenário III provem de um grupo de experts na fuga de Palma, e não de alguém que está apenas lendo a respeito do assunto pela primeira vez, e esse cenário também é compatível com a razão pela qual as naves-mundo foram construídas. Pessoalmente, considero o Cenário III como a escolha mais lógica.