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O fim de Phantasy Star 2

Autor: Mike Ripplinger
Tradutor: Orakio Rob

Parte 1: "Você não pode retornar!"

Depois que Mother Brain é derrotada no final de Phantasy Star II, e Rolf e seus amigos se preparam para voltar para casa, a voz de Lutz preenche o coração de todos com as palavras, “Rolf, espere! Ainda há alguém na nave! Você não pode retornar novamente!”

Muitos phanáticos interpretam essa frase como se significasse que qualquer que fosse o resultado da batalha com os terráqueos, Rolf e seus amigos jamais poderiam deixar a espaçonave Noah, que eles estariam presos lá para sempre. Se esse é o caso, então isso significa que:

  • A Espada Nei de Rolf, que sempre foi capaz de teleportar o grupo da nave Noah de volta a Mansão Esper, cem, mil, um milhão de vezes, se necessário, de uma hora para outra parou de funcionar!
  • Lutz, que é capaz de teleportar um grupo de três pessoas – três pessoas, tenha isso em mente, pessoas que ele provavelmente nem conhecia – da casa de Rolf em Motavia, para fora do sistema estelar, para a nave Noah, não tem poderes para teleportá-los por uma distância menor, da Noah para a mansão Esper.

E o mais importante de tudo:

  • Se Lutz quiz dizer que Rolf e seus amigos estão presos na Noah para sempre, então isso significa que ele mandou mais três pessoas para sua perdição abordo da espaçonave! “Rolf precisa de ajuda! Claro, o problema é que vocês jamais poderão retornar para seus amigos e famílias novamente, mas adeus! Sigam direto para a Noah, não deixe de ir, vá, não pegue as 200 mesetas! Eu os condeno ao mesmo destino de Rolf!”

Rolf e seus amigos não estavam, literalmente, incapacitados de retornar da Noah. Tudo o que Lutz estava dizendo era que, já que eles foram tão longe, voltar para casa agora, sem investigar a última peça do quebra-cabeças, seria inconcebível. Eu acho que a idéia de que Rolf os outros estão aprisionados na Noah é absolutamente ridícula. Considerando os três fatos acima, não é muito mais lógico que Lutz estivesse apenas usando uma figura de linguagem?

Parte 2: "O destino de Rolf e seus amigos"

A jornada é completada e as palavras “Eu imagino o que as pessoas verão nos últimos dias?” correm pela tela.

“Sim, eu também…,” Milhões de jogadores frustrados gritaram, “mas eu também me pergunto que diabos aconteceu a Rolf!”

É uma pergunta que os jogadores tem se feito desde o lançamento de Phantasy Star II na América, quando pela primeira vez o mundo pousou os olhos sobre o seu final “nada resolvido.” A comunidade gamística japonesa não foi atingida por esse problema; Eles sabem como o Phantasy Star II japonês termina. O tópico referente a AW 1284 (a data de Phantasy Star II) na tabela cronológica de Phantasy Star, retirada do Phantasy Star Official Production Compendium, diz, “Eusis (Rolf) e companhiaderrotam Dark Force, Mother Brain e a raça humana, mas o que ocorre depois é desconhecido.” (Tradução para o inglês do texto do Compendium cortesia de Rebecca Capowski).

O que fica claro para nós é que Eusis (rolf) e companhia tiveram sucesso em derrotar os terráqueos, no entanto, como as continuidades do Phantasy Star japonês e do americano não estão 100% de acordo uma com a outra, nós permanecemos na escuridão no que diz respeito a Rolf e seus amigos – eles alcançaram a vitória, como Eusis (Rolf), ou encontraram o seu criador?

Apesar de as continuidades das versões americanas e japonesas raramente coincidirem, neste caso, eu acredito que elas coincidam. Assim como Eusis e seu grupo derrotou os terráqueos, eu acredito que Rolf e seus companheiros também tenham sobrevivido à sua viagem para a espaçonave Noah. Além disso, acredito que essa teoria possa ser comprovada basendo-se apenas nas habilidades que o próprio Lutz demonstra no jogo.

  • Considere os argumentos da parte I logo acima. Lutz é capaz de usar seu poder para teleportar três pessoas que ele talvez nunca tenha visto da casa de Rolf em Motávia pelo sistema estelar até a espaçonave Noah na qual ele provavelmente nunca esteve. Já que esse é um fato demonstrado no jogo, por quê é tão difícil acreditar que se Rolf e seus amigos estivessem enfraquecidos na batalha contra os terráqueos Lutz os teria teleportado de volta se eles estivessem correndo risco de vida nas mãos dos terráqueos?
  • Lutz é capaz de restaurar o grupo quantas vezes fôr necessário. Sempre que Rolf diz que não está preparado para ir para a espaçonave Noah, Lutz o envia de volta em seu caminho após restaurá-lo e a seus amigos. Esse fato, combinado com o que foi visto acima, prova que Lutz poderia teleportar o grupo de volta à Mansão Esper, curá-los, e enviá-los de volta à Noah quantas vezes fôsse necessário.
  • E se Lutz não fôr rápido o suficiente para teleportar o grupo para restaurá-los? Se apenas um membro do grupo de Rolf sobrevive à batalha com cérebro Mãe, o jogador notará que Lutz rescussita os membros mortos de seu grupo, provando ser capaz de trazer membros mortos do grupo de volta à vida mesmo estando eles na distante nave e ele na Mansão Esper.

A maior crítica que se pode fazer quanto a essa prova é a de que se Lutz é mesmo capaz de trazer Rolf e seus amigos de volta à vida, por quê ele não o faz se um dos heróis morre durante o combate com Dark Force e/ou Cérebro-Mãe? A resposta é, como sabemos que ele não o faz? O jogo termina no momento em que todos os quatro membros do grupo são mortos, então o jogador nunca vê o que acontece depois que o grupo morre enfrentando Cérebro-Mãe. Mas a julgar pelo poder que Lutz demonstra, é fato que ele pode ressuscitar o grupo enquanto o grupo está a bordo da Noah. Se alguém quiser argumentar que Lutz não ressuscita os quatro membros do grupo se estes forem mortos por Dark Force ou Cérebro-Mãe, eles é que precisam apresentar provas, já que os poderes que Lutz apresenta no jogo claramente demonstram que ele é capaz disso.

Mais uma informação favorece minha opinião quanto a isso. Ironicamente, não é uma informação tirada de Phantasy Star II, mas de Phantasy Star IV. No jogo, Rune diz, “A primeira geração de Lutz guardou o Aero-Prisma no Templo do Soldado (Soldier's Temple)!” Sabendo que o Aero-Prisma foi guardado no Templo do Soldado algum tempo antes de Phantasy Star IV, nos lembramos então da última vez em que vimos o Aero-Prisma: foi em posse de Rolf, abordo da espaçonave Noah! Logo, de alguma forma o prisma voltou à Mansão Esper e para a posse de Lutz, algum tempo após Phantasy Star II, e a mais simples, e fácil explicação para como isso aconteceu é: Rolf e seus amigos o trouxeram de volta da Noah com eles.

Serei o primeiro a admitir que o nobre sacrifício de Rolf e seus amigos diante dos criadores de Mother Brain certamente se enquadra no tema de desespero reinante em Phantasy Star II. Eu admito que a morte de Rolf e seus amigos certamente faz de Phantasy Star II o “Império Contra-Ataca de Phantasy Star,” se voce desejar; o jogo no qual, para ser direto, os mocinhos tem seus traseiros chutados.

No entanto, para mim, Phantasy Star como um todo é a história de como o bem sempre triunfará sobre o mal, não importa o custo, não importa quão baixas sejam as chances. E temos que admitir, seis contra várias centenas sao chances bem baixas. Rolf e seus amigos simplesmente tinham que vencer porque, no fim das contas, eles são os mocinhos, e o bem sempre vence.

Parte III: O que era aquilo... um OVNI?!

Qualquer um que tenha fechado Phantasy Star II o viu, mas poucos podem responder à pergunta de que diabos é aquilo. Eu me refiro, é claro, àquela…coisa…que pisca através da tela, logo depois do final dos créditos, no “Presented by Sega” e “The End.” Bom, aqui está:

Note que “o objeto” move-se de Dezóris, ou seja, de longe do centro do sistema (o sol nasce por trás de Dezóris). Isso elimina as idéias constantemente apresentadas de que “o objeto” seria a espaçonave Noah, seguindo para fora de Algol, ou seguindo para uma colisão em Algol. Baseado na direção em que “o objeto” viaja, ele está partindo para fora de Algol.

Oh sim, e não partiram para fora de Algol uns 400 objetos durante a era de Phantasy Star II…?

Phantasy Star II foi lançado no Japão em 21 de março de 1989. Phantasy Star III foi lançado em 21 de abril de 1990 no Japão. Sendo lançado com apenas 13 meses de diferença, apela à razão que Phantasy Star III estava, pelo menos, nos primeiros estágios de desenvolvimento quando Phantasy Star II foi lançado. Poderiam os designers de Phantasy Star II terem incluído “o objeto” – uma das 400 naves-mundo a deixarem Palma – no fim de Phantasy Star II como forma de antecipar o próximo capitulo da série?

Note que “o objeto” consiste de cinco formas interligadas. Agora, veja o layout da Alisa III:

Eu não acredito que “o objeto” seja a primeira e única Alisa III, no entanto, usando isso como exemplo, olhe para “o objeto” como se fosse uma das naves-mundo achatada (tão achatada quanto o espaço permitir). A forma mais à esquerda do “objeto” é então Elysium. A próxima forma é Frigidia, bloqueando a visão de Landen. A próxima forma, a central, é Aridia. A quarta forma é Terminus, bloqueando a visão de Aquatica. A ultima forma é Draconia.

Mesmo se “o objeto” não foi deliberadamente inserido em Phantasy Star II para antever a trama de Phantasy Star III, considerando sua forma, a direção em que viaja, e o ponto do jogo no qual ele aparece, minha opinião pessoal sobre “o objeto” sempre será a de que é uma das naves-mundo de Palma, unindo-se às suas 399 irmãs no êxodo do sistema que os Palmianos chamavam de lar.

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