Autor: Filipe Engleth Andrade

Assim como o primeiro, Phantasy Star Generation: 2 é um remake de Phantasy Star 2, lançado originalmente para Mega Drive. Também assim como o remake antecessor, foi lançado apenas no mercado japonês pelos mesmos motivos (confira no review de Phantasy Star Generation: 1 para saber mais).

Acho que esse review vai ficar meio pessoal demais, mas me perdoem, eu sou um grande e incorrigível fã do Phantasy Star 2 original e pra mim é praticamente impossível falar mal deste remake, porque conseguiram transformar um jogo que por si só já era quase perfeito em algo totalmente extraordinário. Apesar de que quem me via jogando não fazia idéia dos motivos que me levavam a jogar um RPG todo em japonês e que nem tinha gráficos ou qualquer outra coisa que justificassem meu interesse por ele, o jogo é simplesmente ótimo e vale os olhares estranhos de todo mundo. O que conseguiram fazer no remake do primeiro Phantasy Star, conseguiram de forma ainda melhor nesse aqui.

Assim como o primeiro remake, trata-se de um remake de baixo custo. Não vou explorar este assunto em detalhes, pois no review do primeiro remake eu falei várias coisas a esse respeito, que se aplicam aqui também, sem tirar, nem pôr.

Infelizmente, ao contrário do primeiro remake, nenhum projeto de tradução para este aqui foi iniciado até hoje. Espero que um dia isso aconteça (provavelmente eu ficarei fluente em japonês muito antes disso…), para que não só eu, mas todos possamos curtir as melhorias que esse jogo traz na íntegra!

A única coisa que eu poderia falar de ruim deste remake, seria na questão do enredo que, na minha opinião, foi em parte muito mal aproveitado. O script e todo o restante foram amplamente aumentados e melhorados, e sem forçar a barra, resultando numa nova experiência. Inclusive, há muitas novas adições interessantíssimas à história, como os fatos acontecidos nos Text Adventures de cada personagem sendo mencionados aqui. Porém, as personalidades dos personagens estão um pouco mal exploradas.

No remake do primeiro Phantasy Star, ao utilizar a opção de Consulta, os personagens conversam entre si, lembrando os próximos passos a serem tomadas e revelando mais de suas personalidades. Apesar de que neste remake os textos da opção de Consulta mudam a cada poucos detalhes, tudo basicamente são pensamentos do Rolf. No primeiro, os personagens interagiam muito entre si, conversando, brigando, fazendo piadinhas, mas aqui não, a maior parte do tempo é somente Rolf falando consigo mesmo (ou para a equipe), sobre o que devem fazer. Quando não é isso, é algum diálogo entre ele e Nei.

Ao contrário do original, aqui Rolf conversa bastante com os personagens (como o Governador, ou Comandante), se tornando um personagem muito bem explorado. Infelizmente isso acaba acontecendo mesmo somente com ele. Às vezes há algum papo entre ele e Nei. De resto, não há diálogos que mostrem interação dele com os outros personagens jogáveis no decorrer da história, exceto no momento em que nós os conhecemos na casa de Rolf. Rudo e Amy possuem falas na opção de Consulta se você usar logo após encontrá-los e somente isso, e os outros personagens não. Achei isso uma pena, porque esperava descobrir mais das personalidades dos outros personagens, assim como no primeiro remake, mas infelizmente a única personalidade realmente explorada aqui é a de Rolf.

Talvez tenham feito isso devido às várias possíveis combinações de personagens em determinados momentos do jogo, mas poderiam aparecer falas “dispensáveis” caso os personagens estivessem no grupo naquele momento ou não, pelo menos pra podermos saber melhor sobre suas personalidades, mas como falei, apenas Rolf é realmente explorado como personagem aqui.

Bom, não há muito o que se falar a não ser sobre as diferenças entre o original e o remake, portanto, se não quiser estragar possíveis surpresas, não recomendo a leitura. Caso contrário, clique neste link.