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Review de Phantasy Star II (Mega Drive)

Autor: J.F Souza (Yoz)

Phantasy Star II (O Fim da Restauração) foi lançado primeiramente no Japão no dia 21 de março de 1989 e em 31 de dezembro do mesmo ano nos Estados Unidos. Porém, no Brasil, sua versão oficial, traduzida e distribuída pela Tec Toy, só veio aparecer no ano de 1996. Phantasy Star II foi desenvolvido pela SEGA AM7 para a plataforma SEGA Genesis/Mega Drive, além de ter sido incluído em diversas compilações: Phantasy Star Collection (SEGA Saturn, Game Boy Advance), SEGA Smash Pack Vol. 1 (Dreamcast) e em versões para PlayStation 2, PSP e Virtual Console do Nintendo Wii. Finalmente, em 2005, um remake chamado Phantasy Star Generation 2 para Playstation 2, este por sua vez possuindo gráficos todos reformulados e um tratamento na parte sonora, mas reservado oficialmente apenas ao mercado Japonês.

Esta segunda parte da série, primeira a ser desenvolvida para o vídeo game de 16bits da empresa SErvice GAmes, é considerada a mais difícil de todas, tanto no que diz respeito aos inimigos quanto na estrutura dos labirinto. Seu sistema de batalha continua sendo por turno num estilo de ângulo de visão frente a frente na terceira pessoa, um pouco semelhante à primeira versão de Phantasy Star onde também se observava os inimigos de frente mas num ponto de vista em primeira pessoa. Porém, diferente de seu antecessor, agora podemos ver a animação dos personagens atacando os inimigos, embora não haja mais um cenário de batalha para cada ambiente em que se esteja, fator este que o diferencia dos demais jogos da série.

As armas e os equipamentos de proteção dos personagens condizem com suas profissões, e cada um dos oito personagens possui habilidades que se ajustam melhor a momentos determinados do jogo, como por exemplo, Hugh Thompson (Huey Reane na versão japonesa) é muito indicado na primeira parte do game, onde se enfrentam as criaturas denominadas de Bio-monstros, pois este personagem possui técnicas desenvolvidas para criaturas biológicas. Ao contrário de Josh Kain (Kainz Ji-Na na versão japonesa) cujas habilidades são voltadas para inimigos mecânicos. Sem mencionar os demais personagens que possuem habilidades incríveis de cura, defesa, fortalecimento e ataque.

Os labirintos são compostos por grandes números de divisões, corredores e galerias que, de tão complicados, fizeram a empresa desenvolvedora deste game anexar ao cartucho um livreto denominado Phantasy Star HintBook (1990) contendo as descrições pormenorizadas da viagem dos personagens e os mapas dos complexos, o que obriga o jogador a basicamente trabalhar mais em cima do livro do que no próprio game em si, além de vir também o manual de instruções. Porem a idéia do HintBook, que também foi adotada em poucos jogos da época, foi posteriormente abandonada devido a estragar antecipadamente as surpresas do jogo.

O roteiro de Phantasy Star II é preso a uma cadeia de eventos lineares que não podem ser alterados, embora isso não seja empecilho para a diversão do mesmo, depois de terminado este uma primeira vez, não podemos jogá-lo novamente alterando a ordem dos eventos para ver se algo é modificado na história, mas podemos alterar nossa interação com a mesma através dos personagens e seus atributos. O que destaca esta versão das demais é sua história bem inovadora para os padrões dos games de RPG’s lançados na época, chegando a ser tomado como referência nos games atuais, pois além de oferecer ao jogador um constante clima sombrio à beira do trágico, seu desfecho ambíguo torna este um dos finais mais memoráveis da série, deixando ao jogador a interpretação do que realmente ocorreu, aumentando assim seu clima de mistério.

Phantasy Star II se passa no ano AW 1284 (AW quer dizer After Waizz referindo-se a Waizz Landale) quase 1000 (Mil) anos após os eventos ocorridos no primeiro Phantasy Star. A história se inicia num planeta chamado Motávia, segundo a orbitar o sistema Algol (“Estrela-Demônio”) que por sua vez é a principal estrela da constelação de Perseu localizada no hemisfério boreal próximo a Andrômeda e Auriga. Ainda no inicio do jogo revemos a batalha entre Alis Landale e um demônio extradimensional denominado Dark Falz, batalha esta ocorrida no primeiro Phantasy Star, só que desta vez narrada em involuntário retrospecto através de um breve solilóquio que descreve os sonhos de um jovem de 20 anos de idade chamado Rolf (Eusis na versão japonesa), que trabalha para o Governo no cargo de Agente.

Neste game, os planetas de Algol recebem influencias de um super computador denominado Cérebro-Mãe, uma entidade gigantesca mecanizada que, além de monitorar e manter as vidas dos habitantes de Algol em relativo conforto, também controla as torres de comunicação, o sistema autômato de defesa, o laboratório de bio-sistemas e o controle climático. De inicio, Rolf (o protagonista principal) é convocado pelo governador (Comandante na versão Americana) de Motávia para investigar o estranho surgimento dos Bio-monstros, sua missão é ir até o laboratório de Bio-sistemas e trazer o registro de atividades, o resultado desta tarefa revelará o provável prelúdio de uma conspiração cujo objetivo é a destruição completa do sistema Algoliano.

No quesito jogabilidade não há o que reclamar, com treino os jogadores conseguem manusear os comandos de modo ágil e preciso, tudo devido à simplicidade e à facilidade com que se memoriza o mesmo. O ponto negativo, talvez, seja a velocidade em que os personagens caminham mediante a grandeza dos ambientes que se deve explorar.

Os gráficos do jogo infelizmente não usam todo o potencial do console, mas trazem inovações em termos de design dos cenários, personagens e animações, agora vemos uma tendência em se padronizar o estilo gráfico dos protagonistas, antagonistas e coadjuvantes que figuram esta incrível narrativa futurista.

Em termos de composição musical, a trilha sonora deste jogo é única, todas em harmonia com o clima passado no game, seja ele na agitação urbana das grandes cidades quanto nos misteriosos corredores das áreas distantes e isoladas dos complexos demográficos. Por fim, Phantasy Star II é um jogo marcante na vida de muitos, e é sem dúvida um grande clássico capaz de proporcionar desafios intensos e momentos memoráveis, o que o torna um dos melhores RPG de todos os tempos. Ganhou várias compilações, um remake e o respeito de todos aqueles que ousaram enfrentar seus desafios.

J.F. Souza (Yoz) é editor do blog Histórias Proibidas

fanworks/reviews/review_ps2_yoz.txt · Última modificação: 2014/01/01 09:38 por orakio