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fanworks:psultimate:epico:epico_021

Capítulo 21

Por James Maxlow e Mike Ripplinger
Traduzido por Vovô Dorin

Algum tempo depois, Odin veio andando em direção à árvore. Alis surpreendeu-se e falou, “Bem, como foi? Está consertado?” Odin sorriu.

“Hapsby está ocupado se comunicando com o computador dele e ele está quase pronto para ir!”

Antes de qualquer um saber o que estava se passando, o estranho louco que havia os encontrado na primeira vez em que eles estiveram em Bortevo veio se espreitando em direção a eles. Alis, Noah, e Myau rapidamente se levantaram, enquanto Odin ligava o seu sabre laser. Vendo isto, o estranho parou de repente.

“É possível atender um amigo agora?” disse com a sua voz assustadora e rouca. “Eu sei que vocês foram violentos no nosso primeiro encontro, eu sei!” Alis acenou para Odin e ele desligou o sabre.

“O que você deseja de nós agora?” ela perguntou rigorosamente. “Nós não queremos nada com os seus jogos…”

“Ah, você me ofende, madame! Eu vim até aqui para oferecer ajuda e novamente você lança insultos contra mim!”

“Sobre o que você está falando!?!” disse Myau irritado enquanto dava um passo a frente.

“Eu falo do futuro, meus possíveis amigos! Seu futuro! Eu posso falar dele para vocês, não?”

“… continue…” ordenou Alis. Odin não estava certo se ela estava gozando do lunático ou se estava realmente interessada.

“Ah, finalmente, uma voz sã no meio da sua loucura! Eu sei o que vocês estão fazendo, quem vocês estão destinados a confrontar! A pavorosa Medusa irá se provar como o seu mais terrível desafio!”

“Medusa!?” gritou Odin. “O que você sabe sobre o monstro? Responda!”

Calmamente, o estranho se moveu de um lado para o outro, sua face ainda escondida pelo capuz do seu manto. “A Medusa está no seu futuro, ela está! Vocês irão confrontá-la por causa do machado de Lacônia! É realmente triste saber que ela irá destruir todos vocês, eh? Muito triste…”

“Você é louco, estranho! Você não tem como saber sobre o nosso futuro… você que não tem identidade!” Odin aparentava estar pronto para explodir.

“Mas é verdade, eu digo a vocês! Vocês não podem derrotar a Medusa sem o lendário escudo de Perseu! Vocês falharam e serão destruídos porque vocês não tem o escudo! Sem dúvida eu perderei todos vocês… vocês se tornaram meus únicos amigos neste mundo. Eu ficarei de luto pela sua passagem…”

“Por que você…” Odin se arremessou adiante, esticando o braço para agarrar o homem, mas o estranho se moveu rápido como um raio. Num instante ele já havia chegado ao final da rua, fora do alcance de Odin. “Volte aqui, seu maluco!”

“Eu perderei todos vocês! Até você, guerreiro insolente!” ele continuou a gritar enquanto desaparecia da cidade.

“Aquele homem irrita cada fibra do meu ser!” gritou Odin com frustração. “Quem é ele e o que ele quer de nós?”

“Seja lá quem ele for,” replicou Noah, “talvez haja alguma verdade no que ele disse.”

“Você não pode estar acreditando seriamente que ele conhece o nosso futuro, Noah?” perguntou Myau.

“Não, claro que não. Mas e se ele estiver certo sobre precisarmos do escudo de Perseu para derrotarmos a Medusa?”

“Há muito tempo que eu procuro pelo Machado Místico que supostamente estaria guardado pela Medusa,” disse Odin, “que era tido como a mais poderosa arma do mundo… mas dar atenção a um homem insano como aquele…”

“Certamente nós podemos averiguar…” sugeriu Alis. Noah se virou para ela.

“Existem rumores entre os Motavianos de que uma cidade perdida no meio de um campo de gás venenoso é o local onde estaria o escudo… se este machado místico de Lacônia é tão valioso quanto dizem…”

“Ele é,” Odin interrompeu.

“… então nós podemos pelo menos visitar a cidade.”

Doutor Luveno se juntou a eles. “O barco está pronto, amigos! Hapsby e eu restauramos os sistemas operacionais… está funcionando como um novo! Vocês irão agora para Drasgow, então?”

“Não apenas, doutor. Myau e eu iremos para Drasgow, depois que você me mostrar como se opera a embarcação, é claro. Odin, você e Noah levem o doutor de volta para Gothic no landrover. Então eu quero que vocês peguem a nave para Motávia e chequem sobre a cidade da qual Noah falou. Nós aguardaremos o seu retorno em Gothic.” Todos estavam chocados com a declaração de Alis.

“Você realmente acha que é uma boa idéia dividir a equipe, Alis?” perguntou Myau.

“Todos nós estaremos a salvo, já que agora nós temos os veículos para nos proteger dos ataques. Noah conhece Motávia bem o suficiente, e o povo de Drasgow receberá bem eu e você, por causa do meu irmão. Nós podemos fazer isso assim. Enquanto o tempo passa, mais pessoas morrem. Nós não podemos gastar mais tempo desnecessariamente. Odin, Noah, após o seu retorno, nós decidiremos se iremos a Dezoris ou se iremos em busca da Medusa.”

“Medusa?!?” disse doutor Luveno assustadoramente. “O Terrível Monstro?” Odin concordou. “Aquela besta devoradora habita uma torre profunda entre as montanhas ao sudoeste de Gothic. Eu aprendi o que podia com os guardas da prisão de Gothic!!”

“Então este será o nosso próximo destino,” declarou Alis firmemente. “Venha, doutor, me mostre como usar o hovercraft.”

- - -

Tudo fluía como num sonho. O hovercraft cortava as ondas facilmente enquanto Alis e Myau seguiam o seu caminho até a cidade flutuante de Drasgow.

A cidade havia sido há muito tempo atrás um sonho não-realizado de vorazes homens de negócios. Projetada para receber navios de todo o planeta, era esperada para ser algo como uma parada no meio dos vastos oceanos de Palma. Ela estava localizada no meio das rotas dos navios que iam de Scion para a costa oeste. Inicialmente a sua população era composta apenas daqueles que atendiam aos navios e das equipes de bordo, mas logo depois da sua inauguração ela se transformou em uma novidade: ela atraía muitos turistas, a cidade quase-auto-suficiente no meio do mar. De fato, havia muita gente mesmo que ia para viver em Drasgow somente por causa do prestígio e da aventura associados a cidade.

Mas tais sentimentos em pouco tempo se esvaíam quando as pessoas percebiam que não havia nada além de uma cidade que ficava no meio da água. O turismo decaiu e somente os individualistas teimosos continuaram a residir lá. A cidade produzia o suficiente para sobreviver, porém mais e mais navios confiáveis e livres de manutenção vinham sendo construídos o tempo todo, reduzindo a importância da ilha.

E então Lassic fechou as linhas marítimas. O tráfego marítimo cessou no todo, exceto por ocasionais transportes de tropas que nunca paravam em Drasgow. A principal fonte de renda da cidade havia sido destruída. Eles foram espertos o suficiente para subsidiarem muitos de seus estoques de comida com seus jardins, mas eles ainda dependiam muito de Scion. Como eles se alimentavam hoje em dia era desconhecido.

Mas nenhum destes pensamentos passavam pela mente de Alis enquanto ela guiava o hovercraft para um dos cais das docas de Drasgow. Tudo em que ela pensava era em como esta pequena cidade poderia ajudá-la em sua missão.

- - -

“Você tem certeza de que o landrover pode nos proteger dos gases em torno da vila?” Noah perguntou a Odin enquanto eles disparavam pelas areias de Motávia. Eles chegaram meia hora atrás na espaçonave, e seguiram imediatamente para o oeste para visitar Sophia, a cidade da névoa.

“Sim, nós podemos usar nosso próprio suprimento de ar por uma hora. Depois disto nós ficaremos sem nada, pois não teremos como recarregar as bombas.” Odin ficou em silêncio por uns instantes, mas depois se voltou novamente para Noah. “Se este lugar é realmente cercado de gases venenosos, o que o faz pensar que alguém na cidade tenha sobrevivido?”

“Todos na cidade estão bem. A névoa é de origem mística; ela não afeta a cidade, mas ninguém pode entrar ou sair sem algum tipo de proteção,” respondeu.

“Que tipo de proteção?”

“Existem máscaras chamadas ‘escudos de gás’ que permitem às pessoas enfrentarem a névoa. Elas não são totalmente eficientes, pois uma exposição continuada da pele ao gás causa resultados desastrosos. E eu não sei onde seria possível obter um escudo de gás novamente. Eu não ouço falar deles há muito tempo.”

Odin ergueu a sobrancelha, como ele sempre fazia quando Noah falava. “Como é que você sabe tanto sobre Sophia? E sobre os demais assuntos?”

Noah continuou a olhar para fora do para-brisas enquanto respondia. “Nós Espers perdemos alguns de nós para o gás há algum tempo. Eles tentaram entrar em Sophia para ver se todos estavam bem… eles ergueram escudos mágicos para se proteger…”

“Mas…?”

“Mas seus escudos eram inúteis contra a névoa. Qualquer que seja a mágica que a criou, ela era incrivelmente poderosa… e Espers são muito vulneráveis aos seus efeitos, mais do que os Palmanianos normais. Se nós soubessemos disso antes de permitir que eles seguissem nessa jornada…” Naoh estava perdido em seus próprios pensamentos, mas Odin não havia terminado.

“Você acha que vai ser afetado por ela?”

Noah se virou. “Eu não sei. Em breve nós descobriremos. E respondendo à sua outra pergunta… nós Espers valorizamos a história e a experiência acima de tudo. Tudo o que cada um de nós aprendemos ou experimentamos é eventualmente compartilhado com os outros… através disto nós ganhamos conhecimento e bom senso.”

“Algo como um caldeirão de idéias, eh?”

“De certa forma. Mas recentemente, esta antiga e honrosa prática vem se deteriorando… os Espers, desde o banimento, se separaram, ficando meses se verem uns aos outros. Nossa sociedade está se arruinando, e eu temo que tudo que nos tornamos se perca. Mesmo agora, nossa tribo se espalhou pelos três planetas do sistema, e continua se separando mais e mais. Nós que uma vez fomos uma casta firme e concentrada em Palma agora estamos morrendo um pouco mais a cada dia.”

“Tem um monte de coisas desse tipo ocorrendo por aí, desde que Lassic mudou,” foi a única resposta de Odin. Ele não conseguia pensar em nenhuma outra palavra de conforto para aquele que rapidamente estava se tornando um amigo. Odin sempre pensou que o jovem Esper era frio e arrogante, mas agora estava claro que o homem carregava uma grande cruz… o respeito do guerreiro por Noah estava crescendo.

fanworks/psultimate/epico/epico_021.txt · Última modificação: 2009/01/16 18:31 por orakio