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Por James Maxlow e Mike Ripplinger
Traduzido por Vovô Dorin
“É bem leve… bem natural,” disse Odin para Derrin. Eles estavam na loja de armas de Uzo, e Odin segurava uma Espada Laser desativada na sua mão. Alis segurava uma também, enquanto Noah e Myau observavam.
“Sim. Ela pesa um pouquinho mais quando o feixe de plasma está ativado… o plasma por si só não aumenta o peso, mas ela foi criada para aumentar a própria massa quando ativada… basta pressionar o botão no punho, mas coloque-a longe de qualquer coisa!” Seguindo as instruções de Derrin, Odin ligou a Espada Laser; uma brilhante luz azul saiu do punho, enquanto o ocasional estalo de eletricidade enchia o ar. Tranqüilamente, Odin balançava a espada para a esquerda e para a direita, tomando gosto pela arma exótica. Alis ativou a sua, e fez o mesmo.
“É maravilhosa, Derrin! Com o peso necessário, mas leve o suficiente para virá-la rapidamente… eu mal posso esperar para testá-la em batalhas.” Um pequeno sorriso surgiu no seu rosto, Odin obviamente estava apreciando isto. Alis desligou a sua.
“Nós vamos levá-las Derrin… elas são uma grande aquisição para a nossa missão. Você tem certeza de que não quer levar uma, Noah?” ela perguntou.
O Esper levantou a sua mão em negativa. “Não, não, eu sempre detestei espadas… e armas de qualquer tipo em geral. E sem treinamento adequado, eu seria apenas um atraso. Eu seguirei com as minhas magias pelo resto da jornada.”
“Muito bem. Derrin, eu creio que devemos ir agora. Você foi muito generoso conosco, eu não desejo lhe impor mais nada além disto.” Alis apertou a mão dele, e Derrin cumprimentou-a com força.
“Vocês irão para Casba, então?” perguntou ele, “Noah, você sabe que o Dragão de Casba ainda circula pelas redondezas daquela cidade… seria melhor se você o ignorasse…”
“Nós não temos a intenção de ignorá-lo, Derrin,” respondeu Noah. “Nós queremos o Olho Âmbar… com ele, nós nunca precisaremos nos preocupar com mesetas… e nós temos também de ir a Casba para comprar um Landrover. Ele será necessário para a nossa viagem a Dezóris.”
Derrin suspirou. “Muito bem, se vocês estão convencidos. Eu rezo pela sua segurança. Volte aqui sempre que você precisar de ajuda… você sempre será bem-vindo.” Noah se dirigiu até Derrin e o abraçou.
“Eu sei, Derrin. Esteja certo de que nós teremos sucesso… em parte graças a você. Até logo.”
“Até logo, Noah… Alis, Odin, Myau,” disse ele enquanto acenava para cada um.
“Muito obrigada,” respondeu Alis. E com isto, os quatro guerreiros deixaram a loja, seguindo para o portão da cidade. Eles começaram a sua jornada, a pé, para Casba, que se situava ao sudoeste de Uzo. O calor do deserto não estava tão opressivo quanto antes, mas de qualquer forma os seus passos eram planejados.
“A cidade de Casba é cercada por uma formação de montanhas não-escaláveis,” Noah estava explicando após uns dez minutos de caminhada. “O único meio de acesso é por um túnel subterrâneo…”
“Um túnel que justamente é habitado por um dragão,” lembrou Odin.
“Lamentavelmente, sim. Quando os moradores de Casba começaram a se instalar lá, havia o ideal de manter a sua independência de Paseo… mas a caverna começou a ficar infestada de monstros, isolando-os mais do que eles desejavam.”
“Como eles conseguem sobreviver sem sair da cidade?” a pergunta de Alis era clara.
“Eles se tornaram auto-suficientes, obrigatoriamente, apesar de mandarem seus melhores guerreiros para fora ocasionalmente. Se eles absolutamente precisam de alguma coisa de algum outro lugar, eles enviam um grupo para Uzo… mas não com muita freqüência. E com o dragão morando lá… eu não poderia dizer quanto tempo se passou desde a última viagem deles.” Noah olhou para Myau e percebeu que ele aparentava estar se esforçando demais, talvez pelo calor. Sua expressão era muito intensa. “Myau, você está bem? Vamos fazer uma parada para você descansar e beber um pouco d'água?”
Sem parar de andar, ele replicou, “Não, eu estou bem. Não há necessidade de pararmos agora. Eu posso ir tão longe quanto precisarmos ir… não se preocupem comigo.” Não foram as palavras deste comentário que aborreceram Alis, mas o chato, vazio tom de voz com o qual ele falou para eles. O efeito não passou despercebido por Odin e Noah, também.
Eles continuaram enquanto as milhas se acabavam. Antes longe, as montanhas de pedra ao redor de Casba se tornaram visíveis. Ao lado, eles viram a entrada da caverna subterrânea, que não era diferente de todas as outras que eles haviam visitado. “Por que todas estas cavernas parecem iguais?” perguntou Alis. “Todas elas parecem ter uma origem comum…”
“É verdade, Alis,” disse Odin. “Mas os seus mistérios estão perdidos dos livros de história. Isto é irrelevante, assim como eu estou preocupado.”
Além da beira das montanhas, eles podiam ver três grandes veículos estacionados na areia. Cada media cerca de doze pés de comprimento, e tinham grandes pneus. “Aqueles são os landrovers?” perguntou Odin enquanto ele apontava o polegar em direção a eles.
“Sim, mas nós não podemos pegar nenhum até a gente ir até Casba,” declarou Noah. “Os lojistas têm um bloco de circuitos que são necessários para dirigi-los. Eles são inúteis sem os circuitos.”
Eles pararam na entrada. Alis e Odin ativaram suas espadas laser. Não havia porta, apenas os degraus levando para baixo. Com a lâmpada mágica de Noah iluminando o caminho, eles entraram.
- - -
“Eu posso senti-lo,” disse Noah. Eles estavam numa junção da caverna. “O dragão, ele está algum lugar por aqui…” Ele apontou para o corredor que se ramificava para a direita. “Se nós seguirmos adiante, o caminho nos levará direto para a cidade.”
Alis deu um passo em direção à ramificação do corredor. “Nós temos de encontrar o dragão agora. Não há motivo para não irmos. Vamos.” Os outros três a seguiram, a brilhante pseudolâmina da sua espada laser posicionada defensivamente na sua frente.
“Vire à esquerda aqui,” disse Noah. Dobrando a curva, Alis podia ver ligeiramente outra curva no final do corredor. “Ele está em algum lugar adiante nesta direção, eu estou certa disto.” Alis continuou a seguir adiante, enquanto Odin estava apenas um passo atrás dela. Noah era o próximo, enquanto Myau ficava no final, continuamente vigiando possíveis ataques surpresa vindos de trás.
“Onde estão todas as pequenas bestas?” sussurrou Odin. “Você disse que esta caverna estava infestada de monstros…”
“Estava, estava… mas eles provavelmente não vêm para perto desta área… talvez por medo do dragão…?” A explicação de Noah não foi agradável para o grupo.
Odin manteve a sua observação. “Maravilha… eles não estão assustados conosco, mas eles estão assustados com o dragão. O que isso significa com relação às nossas chances?”
“Nenhum monstro irá nos impedir do nosso objetivo…” falou Myau, a primeira vez desde que eles entraram na caverna.
Eles estavam somente a poucos passos da próxima curva no corredor. “Esperem…” instruiu Noah. “Ele está muito perto… atrás da curva… eu sinto o mal daqui, é… impressionante…”
“Eu posso ouvir a sua respiração,” apontou Myau. “Pesada… fluída…”
“Nós vamos fazer esta curva ao meu sinal…” falou Alis para eles. “Preparar… agora!”
Alis correu adiante, posicionando-se contra a parede oposta, enquanto Odin alinhou-se próximo a ela. Noah pulou para o meio deles, enquanto Myau saltou para a direita de Odin. E então todos eles congelaram.
Dez jardas à frente deles, enchendo os limites do corredor, estava sentada uma besta pesada que somente poderia ser descrita como imensa. O corpo do dragão se estendia de uma parede à outra, enquanto seu rabo se contorcia atrás dele. Um longo pescoço estava esticado no chão, olhos negros olhando atravessado para os quatro heróis. Asas de couro se erguiam das suas costas, e cada pata era maior que a cabeça de um Palmaniano. A luz vinda da lâmpada mágica de Noah iluminava cada uma de suas escamas azuis.
Ninguém se moveu, enquanto a respiração do dragão continuava lentamente, vestígios de fumaça subindo de cada narina. Nem humanos nem besta aparentavam estar preparando o primeiro movimento, apesar de os combatentes estudarem um ao outro seriamente.
“Vocês acham que ele gosta da gente…?” Os companheiros de Odin nem prestaram atenção na piada sem graça dele.
Subitamente, o dragão levantou a cabeça até o teto, seu peito se expandindo rapidamente. Sem nenhum aviso, ele soltou para fora uma bola de fogo, momentaneamente cegando os heróis. O fogo se dissipou antes de atingi-los, mas o intenso sopro de calor estava chamuscante.
“Agora, antes de ele ter uma chance de atirar de novo!” gritou Odin enquanto ele corria na direção dele. O dragão abaixou a cabeça para encontrá-los, assoviando calorosamente. Ele balançou a espada laser num rápido movimento que feriu o lado esquerdo da face dele, antes de deslizar para fora do caminho do balanço da pata esquerda da criatura. Tão logo ele havia corrido adiante Alis fez o mesmo, atingindo a cabeça abalada com a lâmina da sua própria espada laser. O dragão soltou um grito horrível, e ele inchou o seu peito novamente. Um segundo depois ele expeliu outra bola de fogo, mas esta era muito menor que a primeira, e Alis facilmente desviou-se dela.
Noah e Myau ficaram atrás, por medo de ferirem eles: Alis e Odin continuavam a se esquivar do monstro, e estavam muito perto para os outros atacarem. “Para trás!” exclamou Noah. “Deixem-me tentar um disparo limpo!” Enquanto os dois obedeciam, Noah levantou o seu cajado e começou a sua magia relampejante. Mas outra rajada de fogo foi disparada, e Myau pulou no Esper, derrubando-o, escapando do fogo por pouco.
Odin recuou de novo, dando outro golpe antes de ser atirado contra a parede. O dragão levantou a pata para esmagá-lo; Alis saltou para frente para distrair a besta, mas uma parede de fogo impediu-a de alcançar Odin. Ainda assim o atraso foi suficiente, pois Odin rolou para longe, rapidamente se levantando e recuando para o final da passagem.
Noah estava recuperado, e instantaneamente três disparos relampejantes saíram do seu cajado, atingindo a criatura com força suficiente para mandá-la cambaleante para trás. Antes dele se recuperar, outros três raios atingiram-na, e a sua cabeça explodiu violentamente, borrando as paredes do corredor com sangue. O pescoço abandonado caiu no chão com uma pancada, enquanto o corpo parava.
“Nunca fale mal de um Esper se houver um por perto…” sussurrou Odin para si mesmo.
“Eu… bem, está morto.” De certa forma Alis ainda não acreditava em si mesma. “Onde está o Olho Âmbar?”
“Provavelmente atrás dele, do outro lado… se alguém quiser passar no meio dessa confusão para pegá-lo…” Ninguém respondeu à nota de Odin. “Bem, então eu acho que isto significa que eu devo pegá-lo… o que eu não faço por vocês…” Odin seguiu em frente, suas botas escorregando no sangue e no cérebro do dragão. “Ah, a coisa maldita fechou a passagem inteira, eu não consigo passar por ele.”
“Então o escale, Odin.”
“Se você está tão certa disto Alis, por quê você não vem e escala esta coisa?” Alis sorriu para ele e balançou a cabeça. “Hunf…” Calmamente, Odin posicionou seu pé contra a parede, e agarrou uma das asas do dragão, se estendendo para as costas do dragão. Andar na pele dele se provou ser uma tarefa difícil, uma vez que suas botas deslizavam nas escamas da besta. Alis e os outros observavam enquanto ele desaparecia atrás do corpo.
“Está aqui!” ele falou, sua voz abafada e distorcida pelo grande corpo morto entre eles. “Eu o peguei… é mesmo uma bela pedra… também há um monte de mesetas aqui atrás…”
“Traga-os para cá como puder!” gritou Alis. Eles podiam ouvir levemente o tilintar das moedas. Então, uma mão apareceu de trás do dragão e arrastou uma asa. Odin estava visível de novo, carregando uma bolsa por cima do ombro. Ele obviamente estava tendo dificuldade, esforçando-se com a bolsa pesada e mantendo o equilíbrio. Ele escorregou, e caiu de volta para trás, a bolsa batendo no chão.
“Você está bem aí atrás?” perguntou Noah para o seu amigo escondido.
“Bem…” a resposta veio. “Agradeço a preocupação… agüentem aí…” Uma mão novamente apareceu atrás da asa.
Alis imaginou quanto tempo esta cena engraçada poderia durar.