Caiu de paraquedas na saga Phantasy Star? Está interessado em conhecer melhor a saga algoliana mas não sabe por onde começar? Então este guia foi feito para você!
Como nosso índice de jogos mostra, a franquia Phantasy Star é composta por dezenas de títulos. Para facilitar as coisas, aqui na Gazeta nós dividimos esses jogos em dois grupos: a série clássica e a nova geração.
A série clássica é composta pelos quatro jogos numerados lançados para o Master System e o Mega Drive nas décadas de 80 e 90. São eles:
São todos RPGs japoneses tradicionais, com muitos labirintos e batalhas aleatórias por turnos. Há uma grande trama ligando os quatro jogos, mas eles funcionam perfeitamente bem de forma independente. Você pode pegar qualquer um dos quatro para jogar sem a necessidade de jogar os outros, e vai entender tudinho. Por outro lado, a trama vai ficando mais encorpada a cada jogo, e quem jogar os quatro vai ter uma experiência realmente memorável.
A nova geração inclui todos os títulos originais lançados a partir de 2000, começando por Phantasy Star Online e seguindo até os dias de hoje. Embora compartilhem de elementos comuns, como alguns nomes, raças de personagens e outras referências, não há ligação direta entre a série clássica e a nova geração. Sendo assim, vamos tratar apenas dos quatro jogos da série clássica neste guia.
Como você pode optar por jogar apenas um dos quatro jogos em vez de encarar a série inteira, vou destacar brevemente as características de cada jogo para que você veja com qual se identifica mais. Pode ler tranquilo que eu juro que não tem spoilers no texto.
Tem ambientação tecno-medieval, misturando espadas, cavernas escuras e elementos mitológicos a pistolas laser e espaçonaves. Os personagens são carismáticos e o jogo brilha nas missões genuinamente interessantes que apresenta ao jogador: não temos o clássico “encontre os cinco cristais genéricos”: aqui, cada item é interessante e dá mais cor à história, e a busca por cada um deles é uma jornada por si só, levando o jogador a locais variados e interessantes de três planetas diferentes. Ótima pedida para quem quer uma trama simples, mas recheada de momentos memoráveis do início ao fim.
Dá para salvar a qualquer momento (menos durante batalhas). O jogo em si não é difícil, os labirintos em primeira pessoa é que complicam, mas com os mapas da Gazeta de Algol você tira de letra. Usando um guia dá para zerar em um dia, se você começar cedo. Os fãs de Final Fantasy vão me matar por dizer isso, mas o jogo é claramente superior aos concorrentes da época, então vale uma espiada mesmo que você não curta os primeiros títulos das séries Final Fantasy e Dragon Quest. A tecnologia é impressionante para um jogo de 8 bits.
O primeiro jogo da série para o Mega Drive muda totalmente a ambientação, com trama cyberpunk repleta de pequenas e grandes tragédias. Passado mil anos após o primeiro jogo, mostra como um supercomputador inteligente transformou Motávia, o planeta do deserto, em um paraíso verdejante. Claro, o tal computador começa a dar pra trás e logo o sistema Algol inteiro começa a cair aos pedaços.
É disparado o mais difícil da série: só dá para salvar nas cidades, os labirintos têm um design infernal e os inimigos são pedreira pura. Via emulador, com mapas e save states dá para zerar fácil, mas fica o aviso para quem jogar “na raça”. Traz a personagem mais popular da série (Nei, cruza de humanos e biomonstros) e tem a trama mais forte, cheia de acontecimentos terríveis e de enormes proporções que têm grande influência nas partes III e IV. O final é surpreendente e inesquecível. Figurinha fácil em listas de melhores jogos de todos os tempos, é também o meu preferido pela trama envolvente e caprichada. Saiu para o iPhone outro dia, pode ser uma boa pedida para os donos do aparelho. Se você tem espasmos de prazer como eu quando joga um RPG bem difícil sem guias e sem mapas, vai ter um treco jogando este aqui.
Este é meio que a ovelha negra da família. A equipe de desenvolvimento mudou, e o jogo é bem diferente dos outros. A ambientação pega forte no lado medieval, com toques de tecnologia. Só lá para o final é que a história se liga à trama principal da série e você vai sacar que é um Phantasy Star mesmo, mas só vai pescar a referência quem tiver terminado Phantasy Star II. Com isso, muitos fãs da saga reclamam pelo fato do jogo não parecer parte da saga. Ainda assim, o design dos personagens é de altíssima qualidade, a trilha sonora é fabulosa e a trama feudal, com uma guerra interminável entre duas facções, é muito envolvente. Os fãs da série podem reclamar, mas funciona muito bem como um RPG individual.
A aventura se estende por três gerações e você escolhe com quem vai casar, tendo filhos diferentes que vivem aventuras diferentes e levam a quatro finais. Se você vai jogar só um jogo, não recomendo que jogue este, pois ele não conta com vários dos elementos que definem a série, a não ser que você curta muito o estilo medieval. Mas se estiver jogando em ordem, não pule este: vai fundo que eu garanto que o jogo é esquisitão mas é ótimo.
É o mais redondinho da série, uma superprodução com gráficos espetaculares para a época, especialmente nas batalhas e nas ceninhas em estilo mangá. A música também é excelente, e a trama é de alto nível. Mais uma vez, os personagens são um trunfo: além do ótimo design, que referencia heróis dos jogos anteriores, suas personalidades são muito mais desenvolvidas do que nos títulos anteriores. Todos os heróis são cativantes aqui, coisa rara em um RPG. Este talvez seja o melhor jogo para quem quer jogar apenas um título da série, já que é o mais bem produzido, tem dificuldade balanceada, trama bem movimentada e é Phantasy Star “na veia”: a mistura entre o medieval e o tecnológico que caracteriza a série atingiu a perfeição neste quarto e último episódio.
Como a parte técnica é muito caprichada, PSIV é uma ótima opção para quem fugiu dos títulos anteriores por causa de limitações gráficas ou outras questões relacionadas. Dá para entender a história sem nenhum problema se você não tiver jogado os títulos anteriores, mas quem jogar desde o primeiro vai ficar feliz em saber que ele vai buscar personagens e elementos dos jogos anteriores para “amarrar” a história, fechando a trama principal com chave de ouro. Dos quatro títulos, talvez seja o mais fácil de zerar sem guias, já que os labirintos não são muito complicados e as batalhas são bem balanceadas.