Autor: Mike Ripplinger
Tradutor: Orakio Rob
Como já declarei na minha teoria sobre a data de Phantasy Star Online, criar teorias sobre Phantasy Star Online é meio arriscado porque essa série ainda está sendo desenvolvida pela Sega, logo partes, a maioria, ou todas as minhas teorias sobre Phantasy Star Online podem ser completamente invalidadas em futuros jogos.
E eu serei o primeiro a admitir que essa teoria em particular é a que corre o maior risco de sofrer tal invalidação. Mas como todas as outras teorias sobre PSO, essa aqui é baseada unicamente nas informações disponíveis até o momento, e todas essas informações me levam a uma conclusão:
O planeta Ragol certamente não é o planeta Terra.
E aproveitando, devo mencionar também que as Ruínas não são Alisa III.
Como já foi estabelecido em A data de Phantasy Star Online , a mais provável data para Phantasy Star Online é AW 3084, exatamente 800 anos após Phantasy Star IV, e pelos meus cálculos, 1798 anos após Phantasy Star II. Então vamos examinar o que os terráqueos tinham a dizer sobre seu planeta natal, 1798 anos antes de Phantasy Star Online.
Terráqueos: Nosso planeta foi destruído.
Logo, já temos nosso primeiro problema sobre Ragol ser a Terra: Nessa época do universo Phantasy Star, a Terra não deveria mais existir! Como Ragol pode ser um planeta que está supostamente destruído?
Sim – no final de Aron em Phantasy Star III, a Alisa III chega ao planeta Terra, mas ela só chega após viajar no tempo através de um buraco negro. Wren mesmo diz: “Fomos transportados pelo espaço e pelo tempo quando atravessamos a superfície do buraco negro.”
A viagem no tempo, neste caso, não é possivel. A proxima conclusão lógica, então, daqueles que acreditam que Ragol é a Terra, é aceitar uma interpretação menos literal dos comentários dos terráqueos em Phantasy Star II. Eles interpretam as palavras entendendo que a Terra não foi completamente destruída (como a Estrela da morte destruindo Alderaan) mas apenas tornou-se inabitável, e logo, a possibilidade de Ragol ser a Terra renascida porque 1800 anos é tempo o suficiente para um planeta se recuperar. A Terra poderia ter tido suas feridas tratadas pelos terráqueos nesta época e com seu planeta restaurado para forma semelhante à anterior, ele teria parecido adequado aos cientistas do projeto pioneiro.
Mas eu também não aceito isso.
Por quê? Dessa vez vou citar Red Ring Rico.
Rico: Minha primeira pergunta sobre Ragol foi, “Por quê não existe vida inteligente por aqui?”
Lembre-se, Riko não é apenas uma Hunter, ela também é uma cientista. Se essa foi a primeira pergunta de Riko sobre Ragol, então está claro, quando a Pioneer 1 chegou, não havia absolutamente nenhum traço de uma civilização anterior no planeta.
Mas se Ragol é a Terra, como pode ser isso? Mesmo hoje, existem pessoas e cidades por toda a face do planeta. Na ficcional Terra do futuro da qual a espaçonave Noah dos terráqueos partiu, as cidades devem ter sido ainda maiores. E mais, os terráqueos indicam que a Terra foi destruída por causa de sua própria tecnologia. “Nós controlávamos a natureza,” o lider deles diz, “não percebemos que estavamos nos destruindo até que fosse tarde demais.” Por mim, isso indica que havia uma tecnologia como o Climatrol de PSII controlando todos os aspectos do clima e do ambiente terrestre. A Pioneer não deveria ter encontrado algum traço dessa “civilização altamente avançada” (como o líder dos terráqueos a chama), se Ragol fosse mesmo a Terra?
No entanto, o unico traço de uma civilização anterior que Rico encontra são os tres pilares que selam as ruínas, e as próprias ruínas. O consenso entre os phanáticos parece ser o de que as ruínas são Alisa III, após cair na Terra. Mas novamente, se Ragol é a Terra, então Rico deveria encontrar várias evidências da civilização dos terráqueos que viveu lá por milênios, e não apenas evidências da cultura algoliana que caiu por lá.
Mas falando nas ruínas, há outra semente que eu gostaria de plantar aqui, que tem a ver com minha razão final para acreditar que Ragol não é a Terra e que as Ruínas não são Alisa III, antes de discutir o que eu acho que Ragol e as Ruínas são. Como mencionei em minha teoria sobre a data de Phantasy Star Online , as Ruínas foram lacradas (com os três monumentos) algum tempo após Phantasy Star IV, porque eles são óbvias referências aos planetas do sistema Algol – um verde, um vermelho, e um azul, trazendo a inscrição “MUTTS DITTS POUMN” – e ninguém sabia que o sistema Algol era uma trava até Phantasy Star IV.
Mas a Alisa III chegou a Terra no final de Aron antes da destruição/evacuação do planeta, pois o planeta se comunica com eles. (“Saudações, nave alienígena! Identifique-se. Aqui é o centro de comunicações de Londres da Terra do Sistema Solar. Câmbio.”) Se a Alisa III chegou à Terra quando essa ainda estava ocupada, então ela chegou lá bem antes de 2284, que foi quando Lutz descobriu que o sistema Algol era um lacre. Como mencionado anteriormente, não há como alguém ter lacrado as ruínas da forma como estão lacradas antes de Phantasy Star IV.
Se descartamos a idéia de que Ragol é a Terra, vejamos o que nós sabemos sobre Ragol. Nós sabemos que é um mundo verde rico em recursos naturais que os cientistas do projeto pioneiro consideraram adequado para a colonização. Mas nós sabemos que o Projeto Pioneiro era muito mais que isso.
Na quest “The Grave's Butler (O mordomo de Grave),” o mordomo de Matha Grave, Blant, revela que os pais de Matha eram brilhantes cientistas que estavam a bordo da Pioneer 1, e Blant era especificamente proibido de permitir que Matha os acompanhasse. O Sr. Grave até mostra o porquê disso a Blant. “O Sr. Grave não disse nada, mas ele me mostrou o monitor de seu computador. Não posso descrever aquilo, mas vi alguns resultados de engenharia genética. O Sr. Grave ficou em silêncio. Um arrepio percorreu a minha espinha. Será o “Projeto Pioneiro” apenas um plano de imigração?!”
Quando leio “engenharia genética,” a primeira coisa na qual eu penso é em Beta772 – De Rol Le – mas esse tipo de engenharia genética poderia ter sido feito em Motávia, em segredo. (Afinal, Nei1, Nei2, e Rika foram todas criadas em laboratórios secretos – por que seria diferente com De Rol Le?). Não, isso indica que havia algo em Ragol que interessava aos cientistas.
Como a investigação de Rico revela, o objetivo dos trabalhos do governo nas minas é o de chegar as ruínas. Misture tudo e fica claro: de alguma forma, o governo e/ou os cientistas do Projeto Pioneiro sabiam que havia um Dark Falz enterrado em Ragol. Por que outra razão Ragol teria sido escolhido não como planeta de colonização, mas como o alvo deste projeto secreto de engenharia genética no qual o Sr. Grave trabalhava?
Isso me leva à conclusão de que as ruínas tem sua origem não em Alisa III, mas em Algol.
Lembre-se disso, porque vou lançar mais um detalhe antes de abrir as cortinas para minha teoria. Há mais um pequeno detalhe que me leva a acreditar que as Ruínas vieram de Algol. Eu nem havia notado isso até ver no site de Skeearmon, o Pioneer Alley (não tem link, o site fechou), mas depois que vi isso lá, me bati por não ter reparado nisso antes.
Esse símbolo nos monumentos é o mesmo símbolo usado por Rune (e Kyra) em Phantasy Star IV. A consequência óbvia? As ruínas foram lacradas por um ou mais Espers.
O que me leva a minha teoria.
Em Phantasy Star IV, a rápida deterioração do selo que aprisiona a Treva Profunda permitiu que não apenas um mas três Dark Forces entrassem em Algol. No fim do jogo, o lacre já perdeu tanto de sua integridade que um abismo gigante se abre no chão, e todos na cidade vizinha de Mile são mortos pela Onda de Energia Negra.
O que Phantasy Star Online parece contar é que quando aquele abismo foi berto, mais um Dark Force escapou e adentrou Algol. Algum tempo após Phantasy Star IV, com a Elsydeon despedaçada, os heróis não devem ter sido capazes de matar esse Dark Falz, então o aprisionaram em uma nave.
Que nave?
A dos destroços que cairam próximos a Nalya três meses antes de Phantasy Star IV.
É uma das naves-mundo de Palma que fugiram em segredo do planeta durante Phantasy Star II, assim como a Alisa III – e certamente grande o suficiente para ser qualificada como a “gigantesca espaçonave” citada por Rico como sendo as Ruínas. Selando o ultimo Dark Force abordo desta nave, Rune – muito provavelmente com a ajuda de Wren – deve ter direcionado a espaçonave para longe de Motávia, no espaço, caindo no planeta desabitado mais próximo de Motávia.
O planeta Ragol.
Por que um planeta desabitado? Por que não enterrar a nave – agora o casulo do último Dark Falz – em um asteróide, ou deixá-la flutuando no espaço?
Porque com a Treva Profunda destruída, Rune sabia que era hora de Algol ter um futuro livre do terror, livre dos demônios do passado. Não seria suficiente para ele deixar a espaçonave em um lugar supostamente “seguro.” Não, a espaçonave deveria ser enterrada bem fundo, em um planeta no qual Rune pudesse pôr os pés, para construir três monumentos mágicos e especiais. Esses monumentos, trazendo um simbolo Esper, deveriam servir como um lacre da mesma forma que Algol ao aprisionar a Treva Profunda: um verde, um vermelho, e um azul. MUTT, DITTS, POUMN; Mota, Dezo, Palm. Zelan certamente manteve os arquivos de Rune e de Demi sobre o que eles haviam feito, e onde haviam enterrado Dark Falz. Se essa informação caísse em mãos erradas, alguém – talvez um grupo de cientistas que desejasse estudar esse demônio que atormentou Algol por séculos – teria um mapa virtual para encontra-lo.
Comecei essa teoria dizendo que se alguma teoria de Phantasy Star Online pode ser invalidada por futuros jogos, essa tem o maior potencial para isso. Eu acredito nisso porque sem dúvida, algumas das imagens de PSO – como a tela de abertura – mostram com certeza a Terra. Até meu irmão, que não joga um Phantasy Star há anos, olhou para a tela de abertura de PSO e disse, “África.”
Mas pondo de lado os visuais, examine apenas os fatos e os diálogos dos jogos, e eu afirmo que nessas condições, a melhor explicação para a verdade do que acontece em Phantasy Star Online é a de que Ragol não é a Terra, e que as ruínas não são Alisa III.