Se você achou que a glória brasileira de Fan games havia se encerrado com Chaz Adventure, está muito enganado! Aqui está Phantasy Star: The Dust Zone, criado pelo brasileiro Gaijin!
A ação se passa em um planeta distante. Uma das naves que escapou de Palma pouco antes de sua explosão, evento relatado em Phantasy Star II, pousa em um planeta distante. O clima frio, semelhante ao de Dezóris, faz com que o povo crie o sistema BIOS, capaz de proteger as cidades do frio e dos monstros.
Mil anos após a fuga das naves, o reino de Doran encara uma ameaça. O carregamento de alimentos, oriundo de Copri, não chegou a Doran. O rei, então, envia a princesa Denny para averiguar o que está acontecendo. Em suas aventuras, entretanto, a princesa descobre que há muito mais por trás dessa história do que um simples pneu de caminhão furado
A ação se passa em um planeta distante. Uma das naves que escapou de Palma pouco antes de sua explosão, evento relatado em Phantasy Star II, pousa em um planeta distante. O clima frio, semelhante ao de Dezóris, faz com que o povo crie o sistema BIOS, capaz de proteger as cidades do frio e dos monstros.
O Rei manda a filha descobrir o que está acontecendo. / Deve estar frio aí…
O enredo de Dustzone aparenta uma relativa simplicidade, em particular devido ao tamanho do jogo e ao fato de que as relações entre os personagens não são muito exploradas. Entretanto, o jogo possui uma série de idéias interessantes. Visando não estragar a surpresa, não comentarei diretamente sobre tais eventos, mas eles se referem à curiosa origem do personagem Clauss, e ao interessante argumento que justifica o retorno de (sim!) Dark Force aos temerosos pés dos algolianos. Particularmente, acho que esse argumento pode até mesmo ser explorado em algumas fanfictions… chega, senão eu acabo contando!
Assim como todos os jogos criados para o RPG Maker, é bastante simples jogar Dustzone. Os personagens se movem rapidamente pela tela e os labirintos apresentam tamanho mediano, e ninguém vai ficar irritado por não conseguir encontrar a saída. Contrariando uma tendência habitual neste tipo de jogo, as magias de efeito em status são bastante úteis aqui. Frequentemente suas habilidades serão reduzidas, uma vez que diversos monstros possuem habilidade para fazê-lo, e com particular facilidade.
A dificuldade é uma montanha russa de emoções: o jogo flui bem até que você chegue ao primeiro chefe. Aí, mesmo que você não esteja fugindo de batalhas e tenha comprado os melhores itens, será obrigado a avançar vários níveis. Nem pense em enfrentar o sujeito sem a magia “Barreira”… Porém, após esse momento, a dificuldade cai abruptamente, e dificilmente você tornará a morrer.
Ainda que apresente algumas idéias interessantes no roteiro, o coração de Dustzone está em seu RTP. para quem não sabe, RTP é o “pacote” de cenários e personagens utilizados pelos jogos de RPG Maker.
Gaijin utiliza o mais completo RTP de Phantasy Star que eu já vi. As cidades parecem retiradas diretamente de Phantasy Star I, desde a graminha até as casas. A entrada das cavernas, a mansão do governador, está tudo aqui. Não apenas isso: diversos monstros de Phantasy Star IV marcam presença em Dustzone. Com exceção dos chefes, todas as criaturas vieram de PSIV. Completando o clima algoliano, a seleção de músicas inclui diversas melodias familiares, em versões simplificadas. Ainda que Gaijin não tenha sido o autor de todas essas belezinhas, vale destacar seu trabalho em reunir tudo.
Essa foto está aqui para mostrar como o clima do jogo se assemelha a PSI. Imagina, eu jamais colocaria uma foto aqui só porque meu nome é citado
Muita gente diz que nesse ponto a maioria dos jogos de RPG Maker são iguais: os autores geralmente usam apenas material do próprio jogo. No entanto, Gaijin desenhou seus personagens e criou ceninhas com os mesmos. Ainda que sejam poucas, elas causam um efeito interessante, até porque sua arte é bem razoável.
O jogo é curto, e o enredo não parece estar tão fortemente ligado a Phantasy Star quanto o de Chaz Adventure, por exemplo. Ainda assim, Dustzone se destaca por sua ambientação e por uma série de boas idéias de seu criador na área gráfica e no roteiro. Ponto positivo por nos dar uma visão do que pode ter acontecido a outras naves que escaparam de Palma.
No entanto, acredito que o mais importante a respeito do jogo é que ele serviu como um bom treino para um promissor criador de fangames. A arte e a criatividade de Gaijin podem gerar resultados muito interessantes, se trabalhadas com mais tempo e planejamento. Se mais tempo fosse investido nas relações entre os personagens e no roteiro, Dustzone seria um fan game de grande projeção. A impressão que fica é a de que este foi um esboço de grandes projetos. Se Gaijin for bem assessorado, e dedicar tempo a seu próximo fan game (já em desenvolvimento), teremos um ótimo jogo em nossas mãos. Vale a pena fazer o download e comprovar o talento do sujeito.