A Gazeta de Algol

Autor: Kal Banga

Episódio 5: Confusão Motaviana

Mais ligeiro que imediatamente, nossos heróis saíram da panela para o fogo. Depois de terem contornado uma situação delicada envolvendo pessoas controladas, cosplay inter-sexual, cachaça motaviana (da boa!) e uma espada falsificada, nossos heróis saem em grupo para chegar até a torre Ladea, lar de Mike Ripplinger, o único ser que conseguiu escalar a montanha Tonoe. Dark Landale, Orakio Rob e Yoz estão cercado por Motavianos nativos, seres de pêlo azul piscina e bico de canário. O que eles farão?

— O dinheiro ou a vida!

Orakio Rob: Errr, será que não poderíamos conversar? Temos que chegar até a Torre Ladea para salvar o mundo, por isso precisamos do nosso dinheiro…

— O dinheiro ou a vida!

Orakio Rob: E então? Se não salvarmos o mundo, vocês morreriam também…

— O dinheiro ou a vida!

Yoz: Esperem, deixa eu tentar uma coisa: Ô canário humanóide, esses olhos vermelhos é de tanto vocês fumarem maconha?

— O dinheiro ou a vida!

Orakio: Yoz!!! Agora eles vão nos matar! Estamos Perdidos!!!!

— O dinheiro ou a vida!

Dark Landale: Hã, acho que eles não entendem nossa língua… E só sabem falar isso!!

— O dinheiro ou a vida!

Orakio Rob: Tem razão! Parecem periquitos na areia quente, repetindo as mesmas palavras! Eles devem ter aprendido o suficiente apenas para roubar as pessoas…

— O dinheiro ou a vida!

Yoz: Será que eles repetem essa frase um número x de vezes e depois atacam caso a gente não der o dinheiro?

— O dinheiro ou a vida!

Dark Landale: Com essa são 9 vezes que eles repetem isso. Se nós não falarmos com eles, provavelmente eles irão usar essas facas afiadas! Alguém fala motaviano?

— O dinheiro ou a vida!

Orakio Rob: Saudações povos da areia!!

Os Motavianos ficam surpresos com as palavras de Orakio. Já estavam para seguir o passo 34 do Manual do Bandido Motaviano, que era de atacar depois de falar dez vezes a célebre frase “o dinheiro ou a vida”. Apesar disso eles se aproximam, e seus olhos vermelhos não se mostravam muito amistosos…

Motaviano: Melhor você falar mais rápido que nossas facas…

Orakio Rob: Por favor, não nos roubem. Sei que vocês tem família para sustentar, um modo de vida nomâde, mas temos que chegar até a torre Ladea para salvar o mundo! Tenho certeza que vocês se preocupam com o futuro do planeta.

Motaviano: Claro que sim, mas vocês são o segundo grupo a falar isso. Estamos começando a achar que é lorota. Peguem eles!!! — Após falar isso um Motaviano pula em para cima de Orakio, tentando cortar seu torax.

Yoz: Se abaixa Orakio! Vou ter que quebrar eles com o meu estilo Porrada-neles-até-cairem (PNAC)!

De súbito, todos os Motavianos engasgam. O que tentou atacar Orakio consegue desviar o golpe e corre para trás, como se tivesse escutado algo terrível…

Motaviano: Seu companheiro disse “Orakio”? Por acaso ele está entre vocês?

Orakio Rob: Sou eu, por acaso.

Então algo surpreendente acontece. Todos os Motavianos se curvam diante de Orakio, numa reverência respeitosa. Orakio Rob fica com cara de tacho, sem entender nada. Yoz tenta aproveitar para dar uma cacetada de oportunidade na cabeça de um, mas Orakio puxa a camisa de Yoz na ultima hora. Alguma coisa ilumina o rosto de Dark Landale, uma espécie de lâmpada mágica*.

* Referência para ideia, no mundo de Algol.

Dark Landale: Ele estão adorando o Orakio como um deus!

Yoz: Nunca pensei que meu chefe fosse tão importante!

Motaviano: Oh grande Orakio Rob, ser de extrema sabedoria que ilumina nossas vidas. Nos desculpem pelo nosso comportamento grotesco e selvagem.

Orakio Rob: Olha eu desculpo sim, mas por que tudo isso? Eu não estou acostumado com esse tratamento desde que consegui consertar o intrucado encanamento da sede da Gazeta de Algol.

Motaviano: Nosso bando reverencia o senhor, pelo seu fantástico trabalho!

Orakio Rob: Opa, vocês lêem A Gazeta de Algol?

Motaviano: Gostaríamos, mas infelizmente não entendemos seus símbolos estranhos. O trabalho ao qual me refiro é O Meu Querido Gato Almiscarado.

Orakio fica quieto por alguns instantes. De subito, a lâmpada mágica da lembrança ilumina a face dele.

Orakio Rob: Está falando daquele livro infantil que eu traduzi para Motaviano?

Motaviano: Sim. Nunca lemos obra tão… tão — O motaviano quase chora, mas a mão do seu companheiro no ombro o faz continuar — comovente. A parte em que ele se perde de seu dono me fez chorar por semanas.

Outro Motaviano: É a melhor história que já lemos. E são poucos aqueles que se comprometem em traduzir coisas para nossa língua.

Yoz: E então Orakio, por que eles estão te tratando tão bem?

Orakio: Por causa de um livro que traduzi para motaviano. Parece que é o livro favorito do bando!

Dark Landale: Que sorte! Vamos pedir para eles nos ajudarem a chegar na torre Ladea!

Yoz: Mas faça isso com cuidado, ou podem ficar irritados! Motavianos são bastante sensíveis!

Orakio Rob: Povo das areias, ao qual sou apenas um humilde servo que traduziu a obra inigualável de Myau, peço a vocês, tão sabios e conhecedores destas bandas, para guiar nosso grupo. E se puderem — toma um pouco de ar para continuar a ousadia — poderiam vender alguns equipamentos?

Motavianos:
Seria uma grande honra, Mestre Orakio Rob, mas também temos um pedido. Ajudaremos vocês nessa jornada, lhes fornecendo comida, água e alguns equipamentos, mas pedimos que A Gazeta de Algol seja impressa também em Motaviano!

Orakio Rob:
Mas é claro! Trato feito, senhor?

Motaviano:
Bryz, lider dos Antlions Vermelhos!

E assim a nossa comitiva de heróis parte para sua jornada! Chegarão à torre de Ladea antes do primeiro grupo? E quem são eles? Saberemos no próximo capítulo de A Gazeta de Algol!