A GAZETA DE ALGOL

"O morto do necrotério Guaron ressuscitou! Que medo!"

Ferramentas do usuário

Ferramentas do site


fanworks:psultimate:epico:epico_014

Capítulo 14

Por James Maxlow e Mike Ripplinger
Traduzido por Vovô Dorin

A jornada deles pelas montanhas durou dias. Inúmeras bestas selvagens os retardaram e o gigantesco lago de lava provou ser um verdadeiro obstáculo. Apenas as magias de cura de Noah e Myau lhes permitiram atravessar aquela piscina letal. De qualquer forma houve uma compensação pois eles encontraram muitos baús cheios de mesetas, ou melhor, tiveram de lutar por muitos baús de mesetas. Como tal foi, exaustos, eles finalmente se aproximaram da costa acima; do outro lado da água, a cidade de Albion ainda os esperava.

Noah estava convencido de que o robô Hapsby seria encontrado em Albion, a única cidade nesta parte do mundo que poderia ter dinheiro para comprá-lo dos ladrões. Freqüentemente sugeriam Albion como sendo o primeiro e único mercado negro em toda Palma.

Para ajudá-los na sua busca, o doutor deu-lhes um pequeno aparelho eletrônico sintonizado com a freqüência de rádio única de Hapsby. Se o robô estivesse em algum lugar próximo, ele começaria a emitir um aviso sonoro. Isto é, se Hapsby ainda estiver funcionando o suficiente para emitir um sinal de rádio. Agora que o grupo poderia recuperar Hapsby de quem o levou havia um acordo não mencionado entre eles. Os riscos aqui eram imensos; a força poderia ser usada se não houvesse outra opção.

Eles estavam a meia milha da praia quando Alis avistou um pequeno povoado próximo. “Noah, que cidade é aquela lá?”

“Não,” ele respondeu “aquela é a cidade de Bortevo”.

“Talvez nós possamos parar lá para descansar… todos nós estamos debilitados com a lava”, sugeriu Myau. Noah parou e olhou para os outros três, mostrando-se muito tenso.

“Nós temos que continuar… quanto maior o atraso, mais provável que o robô se torne imprestável para nós. Nós temos de embarcar naquela nave e somente com ele poderemos ir.”

Odin falou pela primeira vez depois de muito tempo. “Albion ainda está a muitos dias daqui, Noah. Não há motivo para nos esgotarmos assim… se nós ficarmos lá esta noite, nós poderemos viajar muito mais amanhã”.

“Eu tenho de concordar com Odin”, acrescentou Alis. “Todos nós precisamos descansar”. Olhando para cada um deles, Noah franziu as sobrancelhas, mas rapidamente cedeu.

“Muito bem. Vocês estão certos. Eu mesmo fiz um grande esforço usando magia demais… mas nós devemos ir embora ao raiar do sol”.

“De acordo”, concluiu Alis. E então eles se afastaram da costa, em vez de se mandarem da direção de Bortevo. Alguns minutos mais tarde eles estavam na entrada da cidade.

Não havia ninguém nas ruas. Entre as várias casas, nada se movia, nenhum som se ouvia. “Onde estão todos…?” Alis perguntou tão cautelosamente como eles entraram.

“A cidade parece abandonada… mas o que os levou a ir embora?” A implicação de Myau era óbvia.

Eles passavam de prédio em prédio; cada um deles estava quase vazio por dentro. Vários estavam cheios de pilhas de sucata e lixo. “Parece que ninguém mora aqui há algum tempo”, disse Odin. Eles foram para a casa seguinte, esperando encontrar alguma pista sobre o ocorrido. Assim que Alis estendeu a mão para abrir a porta, ela ouviu o fraco som de um bip.

“O localizador!” Myau exclamou. Alis removeu-o rapidamente da sua mochila; ele estava realmente apitando.

“Esta coisa está mesmo funcionando? Tudo por aqui é… lixo…” A identificação foi instantânea. Alis abriu a porta e eles se precipitaram para dentro. Lá havia outra pilha de sucata. Alis examinou o local. “Eu não vejo nenhum robô… talvez ele esteja enterrado aqui. Me ajude a mover esta coisa daqui…” Odin pôs-se ao lado dela e eles começaram a tentar remover as várias peças de sucata. Nada se moveu, apesar da grande força de Odin.

“Está tudo fundido,” ele disse. “Não tem jeito de nós descobrirmos se ele está aqui.”

“Ele está aqui,” disse Alis, “este localizador está ficando louco. Deve existir algum modo de romper esta pilha”.

“Existe, existe…” vinha uma baixa, assustadora voz por trás deles. Noah olhou em volta, e viu um homem arqueado num manto preto, sua face completamente encoberta. Eles estavam surpresos em ver alguém numa cidade que eles pensavam estar abandonada.

“Quem é você?” Alis perguntou enquanto caminhava adiante para vê-lo.

“Ai de mim, eu não tenho uso algum para nomes… todos que me conheciam não estão mais…” Alis não poderia saber se ele estava brincando com eles ou se ele estava sendo sincero.

“Nós não temos paciência para os seus jogos, senhor… o que ocorreu com esta cidade, onde estão todos?” Estranhamente, Noah se encontrou pensando como rapidamente Alis dominou a situação.

“Meus amigos, meus amigos, eu perdi todos eles… foi uma tragédia, mas eu não consigo falar sobre isto; é muito doloroso dar luz a estes pensamentos…”

Era óbvio para todos eles que este homem perdido não liberaria seus segredos. De qualquer forma, Alis continuou a pressionar e Noah perguntava a si mesmo se a tensão estava afetando-a.

“O que você queria dizer que existe um meio de desmontar esta pilha de escória, estranho? O que você sabe que pode nos ajudar?”

“Vocês tentam me intimidar, vocês quatro, mas eu não tenho nada mais a perder, e assim vocês não podem me machucar… mas você… você, moça”, ele dizia enquanto apontava para Alis, “você sustenta o olhar de uma grande perda… talvez uma perda não muito diferente da minha… o Polymeteral ajudará você, pois dizem que ele dissolve todos os metais… exceto Lacônia… ele se ajustará às suas necessidades muito bem, não?” Rindo, o homem se virou e saiu da casa, alcançando rapidamente a entrada da cidade. Lançando uma espiada por cima do ombro, ele se moveu para dentro da floresta que já estava escurecendo.

Ninguém disse uma palavra por uns bons trinta segundos. “O que significa tudo isso?” Myau perguntou. “Como ele sabia que Hapsby é feito de Lacônia?”

“Sua dúvida é tão grande quanto a minha,” respondeu Alis. “Mas pelo menos agora nós sabemos que não temos de fazer a viagem completa até Albion. Nós apenas precisamos obter… como ele chamou aquilo?”

“Polymeteral”, interrompeu Odin, “ele disse Polymeteral. Eu encontrei um pouco deste produto químico algum tempo atrás”.

“Bem, isso é bom então. Nós apenas temos de pegar um pouco mais dele, e poderemos retomar o nosso caminho! Onde você o encontrou?”

Odin olhou para Myau, que franziu suas pequenas sobrancelhas felinas. “Eu o liberei para um dos comerciantes de Scion que vendem Gatos Almiscarados. Mas eu sei onde ele o obteve, então podemos obter mais.”

“E…? A menos que nós tenhamos de ir todos para Albion para obtê-lo, por quê você está franzindo as sobrancelhas? Odin?”

“Porque… nós temos de ir todos para Abion para obtê-lo.”

Alis fechou os olhos e lutou contra a sua frustração.

- - -

Depois de passarem a noite na cidade abandonada (um deles sempre acordado para vigiar por causa do estranho) eles estavam de pé novamente no dia seguinte, rumando novamente em direção a Albion. Ao alcançarem a praia, eles tinham de passar por um largo túnel subterrâneo que levava à costa do outro lado da água. Eles agora estavam no sul de uma ilha imensa, em cuja parte norte se situa Albion. Lamentavelmente, as montanhas ao norte eram intransponíveis a pé, e então eles só poderiam ter de passar pela costa por todo o caminho em volta margem da ilha; isto adicionaria dias a jornada deles, mas era inevitável.

Após quase quatro horas de viagem, eles haviam apenas começado a atravessar as dezenas de milhas de distância da principal praia ao sul. Eles falavam pouco, e o seu progresso era ininterrupto apesar dos ataques dos monstros.

Tentando começar uma conversa, Alis se dirigiu a Noah. “Noah, diga-nos mais alguma coisa sobre o artefato mágico que nos obriga a viajar para Dezóris para encontrá-lo…”

Hesitantemente, Noah a princípio ficou quieto, mas logo depois começou. “Nós temos de encontrar o Aero-Prisma, uma gema de grande poder místico. Os Espers conheciam seus dons por gerações… mas ninguém conhecia verdadeiramente o que é ou de onde veio… nós apenas sabemos que ele atualmente está em Dezoris, e tem o poder de demover magia negra”.

“Poder que nós podemos usar contra Lassic, eh? Eu prefiro minha própria força e um vigoroso machado do que uma pedra…” Noah poderia dizer que Odin não estava sendo ofensivo.

“Você tem fé na magia, meu amigo?” ele perguntou ao grande guerreiro.

“Claro que tenho, claro que tenho… eu já vi muito deste mundo para duvidar que a magia é útil… de fato, Myau e eu procurávamos o machado místico que diziam que foi guardado pela Medusa não havia muito tempo atrás… mas se magia é para ser usada, certamente ele tem uma forma mais ofensiva do que uma pedra”.

“Magia tem várias formas, apesar de que cada uma tem suas vantagens. Assim como você tem um uso para um machado místico, outros tem um uso para uma pedra mística”. Odin acenou concordando.

As ondas do oceano estavam explodindo na praia, criando um urro quase ensurdecedor. Como tal, Myau obviamente estava subindo para a imensa forma fora da água atrás e à direita deles.

Sem nenhum aviso, um tentáculo gigante envolveu Myau, e levantou-o para o ar. Ele gritou, e os outros voltaram.

Na água, a dezenas de jardas da costa, uma besta absolutamente enorme estava emergindo. Sua pele lisa era de um rosa profundamente escuro, e suas mandíbulas abriam e fechavam cruelmente. Cinco tentáculos estavam visíveis, do comprimento de centenas de pés. Eles tinham uns cinco pés de largura junto ao corpo do monstro, se estreitando por todo os seus comprimentos. Um dos tentáculos mantinha Myau preso, agitando-o violentamente acima da água. Era um gigantesco polvo mutante.

Odin gritava por Myau enquanto cada um deles sacava suas armas. Odin corria para a água, tentando alcançar seu amigo, mas um tentáculo livre fechou ao seu redor. Ele começou a cortá-lo, cada golpe poderoso fazendo a besta gritar um som horrível.

Alis buscava achar um meio melhor de pegar Myau; os braços do polvo não permitiam um ataque direto. Ela corria junto à margem da água, evitando constantemente as pancadas vindas dos tentáculos, procurando por qualquer ponto fraco que ela pudesse achar. Noah de certa forma a seguia, mas logo parou quando ele se colocou diretamente na frente da besta.

Durante todo este tempo Myau estava perdendo o fôlego. Sua pata esquerda estava presa, mas ele estava desesperadamente golpeando-o com a direita. Suas patas não estavam tendo nenhum efeito, de qualquer modo, ele estava sendo realmente apertado.

“Myau!” Odin gritou mais uma vez quando ele finalmente conseguiu cortar o seu próprio tentáculo. O mesmo ainda estava envolto nele, uma vez que, sua ação de sucção garantia uma firme contenção. Antes de poder removê-lo, outro braço cobriu-o em volta, desta vez arrastando-o para baixo d'água.

“Noah, faça alguma coisa!” Alis gritou para o Esper. Ele estava de pé, imóvel, na margem d'água, seus olhos fechados. Um tentáculo atingiu Alis, mas ela atingiu-o com sua espada e ele rapidamente se retirou. “Noah, você precisa…” Ela não terminou a sua frase. Subitamente Noah levantou seus braços, elevando o seu cajado para o céu. Fora do azul, um raio de energia, parecido com um relâmpago, disparou dos céus para dentro do seu cajado; um instante depois ele foi lançado para a criatura, golpeando o seu corpo com uma explosão de luz. Enquanto a besta gritava de agonia, outro raio a golpeou, então outro. A criatura caiu para trás, criando uma imensa onda enquanto seus braços de apoio se abriam. Ele afundou até ficar fora de vista, mas os tentáculos com o que eles seguravam estavam caindo para fora do mar. Odin emergiu da água, arfando, enquanto ele trazia seu machado atrás com o braço abatido em frente. Ele havia sido cortado totalmente, e Odin se esforçava de costas para a praia, com pedaços da besta ainda presos a ele.

Myau havia caído sem fôlego e bateu na superfície, ainda preso no tentáculo do monstro. Alis correu para dentro da água, e usou sua espada para cortar o último braço remanescente. Ela carregou Myau, inconsciente, de volta para a praia.

Odin havia se libertado enquanto ela retornava e gentilmente colocou-o na areia. “Nós temos de remover este tentáculo dele, isto ainda está apertando-o”, disse Odin, sua respiração ainda estava difícil. Eles três puxaram, delicadamente para não machucar Myau mais ainda, e logo removeram o tentáculo. Myau ainda estava inconsciente.

“Noah…” Odin implorou. O Esper acenou silenciosamente, e começou seu feitiço de cura.

Poucos segundos depois, Myau abriu seus olhos vagarosamente. “Myau, você pode me ouvir?” perguntou Odin. Sua preocupação com seu amigo nunca esteve tão aparente.

“Eu vou sobreviver… mas não confortavelmente…” foi sua fraca resposta.

“Ele precisa descansar por um tempo. A magia não restaura completamente o vigor para todos…” avisou Noah.
“Venham, nós podemos acampar bem distante acima da praia…” disse Alis. Odin gentilmente apanhou Myau, e eles foram para as dunas, bem longe do perigoso mar.

fanworks/psultimate/epico/epico_014.txt · Última modificação: 2009/01/16 13:26 por orakio

Ferramentas da página