A GAZETA DE ALGOL

"O morto do necrotério Guaron ressuscitou! Que medo!"

Ferramentas do usuário

Ferramentas do site


fanworks:psultimate:epico:epico_006

Capítulo 6

Por James Maxlow e Mike Ripplinger
Traduzido por Orakio Rob

“Com licença,” disse Alis, ao se aproximar de um senhor que caminhava lentamente pela rua, “o senhor poderia me ajudar? Eu acabei de chegar de Palma, e queria saber onde posso encontrar uma coisa meio… exótica…”

O homem, feliz por ter com quem conversar, começou a falar, “Ah, então você veio ao lugar certo, veio sim! Paseo, a jóia da selvagem Motávia, é o lar de muitas coisas estranhas! O que você está procurando, minha cara?” Alis sorriu ao sentir a gentileza autêntica do homem. Ele era confiável.

“Eu vim de Camineet, em Palma, a procura de um animal que foi vendido a um homem desta cidade. É um gato almiscarado. É muito importante que eu encontre esse animal. Ele…” Os olhos do homem brilharam quando ele a interrompeu.

“Ah, sim! Eu sei quem voce procura! Ele tem uma loja de animais exóticos descendo a rua, à direita. Mas devo perguntá-la, minha dama,” e o tom de voz dele diminuiu, seus olhos se apertaram um pouco, “o quê uma garota de evidente bom coração como você tem a tratar com um homem daqueles? Ele trata suas criaturas como meras posses, a serem compradas e vendidas. Gatos almiscarados são seres inteligentes, assim como você e eu, e eles representam apenas mesetas para ele. É uma desgraça para nossa cidade que seja permitida a importação desses animais de Palma. Pior ainda é o fato de que a cidade de Sion os caça para vendê-los…” Nesse momento, Alis sentiu vergonha de seu povo; Ela se explicou melhor.

“Devo confessar, senhor, que não vim em busca do animal para ter lucro, ou diversão. Ele já viajou ao lado de um homem que estou procuando. Acredito que esse gato almiscarado possa me ajudar a encontrar esse homem.” Aqui Alis fez uma pausa, ao quase revelar seu perigoso plano. De alguma forma, no entanto, ela sabia que seu segredo estaria bem guardado com esse gentil velhinho. Olhando em volta, ela chegou mais perto dele e disse em voz baixa, “Estou procurando por Odin, um grande guerreiro de Palma. Juntos, espero que possamos libertar nosso mundo do rei Lassic. Mas apenas Myau, o gato, sabe onde posso encontrá-lo.”

Nesse ponto, o homem retornou a seu tom discreto, “Sim, eu ouvi falar nos movimentos palmianos para destronar o rei. Eu espero que você tenha sucesso, minha cara. A presença demoníaca de Lassic também se faz presente aqui em Motávia. Nosso governador não gosta dele.” Vendo uma nova oportunidade, Alis ateve-se a esse comentario.

“Será que o governador me ajudaria? Certamente se toda Motávia ficasse contra Lassic, ele cairia!”

Temo que isso não seja possível, minha cara. Motávia ainda depende muito de Lassic, e não temos nosso próprio exército. Um confronto desses acabaria com Paseo e as outras poucas cidades por aqui. Não, ele não poderia auxilia-la diretamente…“ O homem viu a empolgação de Alis diminuir. “Mas ele poderia lhe ajudar de maneiras menos diretas… Valeria a pena conversar com ele, ao menos. Mas você precisa de um presente para ver o governador. Você tem algum daqueles doces palmianos com voce? Ele gosta de doces, é o que dizem.”

“Não, não tenho. Talvez eu possa encontrar um. Tem certeza que nao conseguirei uma audiência sem um?”

“Certeza, minha cara. Ainda que ele seja um ótimo governante, ele é muito excêntrico. Mas deixe isso para depois, você veio aqui para resgatar o gato almiscarado! Vou levá-la até a loja onde ele está preso. Venha comigo.” O homem deu o braço a Alis, e ambos desceram a rua. Logo eles chegaram a uma grande loja, com uma placa que dizia, “Animais em exposição.” Espero que voce alcance seu objetivo, minha cara. Mas cuidado, esse homem é um negociante inescrupuloso. Ele vai tentar lhe enganar quanto ao valor do animal. Não deixe que ele a engane! Devo voltar para casa agora, minha mulher fica preocupada quando eu demoro muito. Boa sorte, minha cara!”

“Obrigada, o senhor foi muito gentil. Estou lhe devendo uma,” Alis respondeu enquanto o homem voltava pelo caminho que veio. Preparando-se, ela entrou na loja.

Ela ficou chocada com a visão com a qual se deparou lá dentro. Alinhadas pelas paredes, haviam incontáveis cabeças de feras, todas moldadas em horríveis expressões de ódio e malícia; haviam animais empalhados no chão, em posição de ataque. Atrás do balcão, ela podia ver muitas jaulas, uma em cima da outra, cheias de criaturas vivas. Eles não se pareciam nem um pouco com seus irmãos empalhados, no entanto. Esses animais estavam todos deitados no fundo das jaulas, alguns miando sem forças. Quando Alis se aproximou, ela pode ver a face de algumas das estranhas criaturas; o medo e a dor eram evidentes nelas. Um animal que parecia um cachorro arranhava inutilmente as barras de sua jaula. Alis podia sentir a raiva crescer dentro dela por tal tratamento ser dispensado aos animais, mas uma explosão de raiva agora custaria a ela a oportunidade de libertar Myau. Então ela engoliu o ódio e armou a melhor expressão que pôde, nessas circunstâncias.

O homem atrás do balcão era alto, magro, de cabelos azuis. Sua face contorceu-se de maneira perturbadora quando Alis falou. “Estou procurando um gato almiscarado,” Alis disse.

“Ah, você está com sorte, docinho. Acabei de adquirir uma dessas raras feras palmianas. Ele lutou bem, sim, mas correntes fazem milagres, não é mesmo?” A repulsa de Alis pelo homem crescia a cada segundo. “Claro, é quase impossível encontrá-los em Motávia, então o preço é bem alto.” O homem observou-a com atenção. “Voce pagaria um bilhão de mesetas por ele?” Alis, após ouvir o conselho daquele senhor, já estava preparada para isso.

“Você sabe, é claro, que gatos almiscarados não valem tanto. Vim de Palma, e podia muito bem pegar um em Scion, por um preço bem menor… como eu já estava por aqui, pensei em comprar um, mas acho que vou ter que esperar até voltar para casa.” Alis torceu para que ele caísse nessa.

“Ei, ei, não vamos ser tão precipitados, né? Os meus preços são… *negociáveis*, digamos assim. Quanto você pode oferecer?”

“Não trouxe muito dinheiro comigo; não gosto de viajar com grandes quantias. Mas eu tenho um item muito valioso aqui. Você já deve ter ouvido falar em potes laconianos, certo?” O homem armou um sorriso maravilhado.

“Ah, sim, eles são *muito* valiosos. Talvez possamos fazer uma troca. Vou trazer o gato. Espere aqui, ok?” Alis consentiu, e o homem entrou em uma porta nos fundos. Ele voltou momentos depois, trazendo uma pequena jaula, dentro da qual estava um gato de pêlo amarelo, com orelhas muito compridas e uma cauda longa e cheia. Amarrado a seu pescoço estava algo que parecia ser uma pequena garrafa, e suas quatro patas estavam acorrentadas. Alis tirou o pote da sacola, e o colocou sobre o balcão. “Ah, essa é uma ótima espécie que tenho aqui,” o homem disse a ela enquanto lhe entregava as chaves da jaula, “assim como o pote que você trouxe. Ambos estamos felizes com a troca, não é mesmo?” Mais uma vez, o sorriso do homem causou repulsa a Alis.

“Bastante,” foi só o que ela respondeu, enquanto apanhava a jaula e deixava a loja.

Uma vez do lado de fora, Alis rapidamente foi até uma área deserta com algumas árvores. Ela abriu a porta da jaula, e abriu as correntes que prendiam o gato.

“Obrigado por me salvar,” o gato falou. Alis estava muito surpresa com a clareza e a eloquência dessas simples palavras. O animal obviamente era muito inteligente. “Por que motivo você abriu mão daquele belo pote, minha cara?”

“Seremos companheiras de viagem. Sou Alis. E você é Myau?” Alis perguntou. O gato se pôs sobre as quatro patas, jogando a cabeça para trás e estufando o peito.

“Sim, eu sou Myau, um gato almiscarado. Como você sabe meu nome?”

“Myau, eu vim de Camineet, em Palma. Procuro um homem, e me disseram que você o conhece bem… Odin, o caçador de monstros.” Nesse ponto Myau franziu a testa. Alis estava maravilhada com a habilidade do gato em imitar expressões faciais palmianas.

“Sim, mas Odin virou pedra!” O coração de Alis pesou com a revelação. Myau prosseguiu, “mas se beber desse remédio voltará ao normal, só que não consigo abrir a tampa. Parece que não foi feita para quem tem patas.” Ele apontou para o pequeno frasco pendurado em seu pescoço. “Odin deu isso para mim como segurança quando partimos para enfrentar Medusa, mas antes que pudesse se preparar e abrir o frasco, fomos atacados.”

“Vocês tentaram enfrentar a Medusa? O monstro palmiano?”

“Sim, Nós queriamos libertar o mundo da influência demoníaca. Mas fomos atacados, como eu disse.” Eu mal consegui escapar depois que Odin foi transformado em pedra; voltei a Scion, mas estava tão enfraquecido pela batalha que fui capturado.“ Apesar de ter sido avisada que essa criatura podia ser ótima guerreira, ela ainda tinha problemas para visualizar isso.

“Mas onde está Odin? Preciso encontrá-lo. Se você me mostrar onde ele está, posso usar a poção nele.”

“Lutamos com Medusa numa caverna úmida a sul das cidades gêmeas. Eu aprecio tudo o que você fez para me libertar, e que você esteja disposta a salvar meu amigo, mas você deve me dizer, porque procura por Odin?” Myau ergueu sua cabeça, curioso.

“Meu irmão,” Alis começou, “meu irmão trabalhava em um movimentosde libertação de Palma. Ele queria livrar nosso planeta do domínio de Lassic. Dia após dia, mais atrocidades e injustiças são cometidas contra o povo.” Ele então diminuiu o ritmo, ele foi assassinado pelos lacaios de Lassic, os Robotcops.”

“Ah, os Robotcops,” Myau acrescentou, “conheço suas disparadores de plasma muito bem.”

“As últimas palavras de meu irmão foram de que eu encontrasse um bravo guerreiro chamado Odin. Com sua ajuda, eu poderei derrubar o regime de Lassic e destruí-lo. Devo vingar a morte de meu irmão, preciso libertar nosso mundo. Não posso me contentar com menos do que isso.” O tom alegre que Myau vinha usando até agora modificou-se; agora ele transmitia um ar de consolação, e empatia.

“Alis, sinto muito por seu irmão. Eu também perdi muitos entes queridos. O clima de ruína e pobreza gerado por Lassic fez com que a elite de Scion começasse a caçar meu povo, e a vendê-lo a quem pagasse mais. Odin e eu lutamos para acabar com essa loucura que tomou conta de Palma. Com certeza, me unirei a sua causa, para que ninguém mais sofra como nós, e como outras incontáveis pessoas além de nós. Espero que você ache que minha companhia é valiosa, e que me permita auxilia-la.” Myau abaixou a cabeça, em um gesto de respeito e humildade. Alis então tomou uma das patas em suas mãos e disse em tom decidido.

“Receberei bem a todos que tiverem um coração gentil como o seu. Vamos juntas salvar Odin, ok?”

A estranha dupla, uma jovem palmiana ao lado de um gato de pêlo amarelo, desceu a rua. Quando se aproximaram do aeroporto, Alis puxou sua sacola de dinheiro. “Só 60 mesetas,” ela pensou, “espero que Suelo possa providenciar uns suprimentos quando retornarmos a Camineet.” Ela foi até o guarda no portão, com o dinheiro na mão. Myau a seguia em silêncio.

“Eu gostaria de um tíquete, por favor. Posso levar o gato no porta malas, correto?” Alis perguntou.

“Claro, claro.” O homem parecia não querer ser perturbado por “turistas.” “Custa cento e cinquenta mesetas.” Alis ficou chocada.

“Cento e cinquenta? Mas a viajem para cá foi só cinquenta mesetas! E foi a menos de uma hora atrás!”

“Cento e cinquenta mesetas, dona,” ele respondeu, sem se importar com os protestos de Alis, “eu não faço os preços, o governo palmiano é que faz. Você tem o dinheiro ou não?”

Lançando um olhar de preocupação para Myau, Alis respondeu, “Não, não tenho. Desculpe por tomar seu tempo.” A dupla voltou a rua principal de Paseo.

“Myau, voce tem alguma meseta? Precisamos de quase cem para voltar para casa!”

“Infelizmente não. O homem que me capturou ficou com minhas posses. Há uma forma de conseguir mesetas, mas…” Perplexa quanto ao que Myau estava pensando, Alis esperou pacientemente pela explicação. “Algumas das criaturas mais inteligentes que vagueiam por esses mundos mantem baús de tesouro cheios de dinheiro e itens que roubam de viajantes.” Alis passou por isso, em uma de suas batalhas em Palma. “De fato, juntar esses baús é a principal razão para a caça aos monstros ainda persistir… Talvez nós possamos ir atrás desses baús, apesar de *procurar* brigas não ser muito saudável,” Myau disse com um sorriso.

“E perseguir a Medusa é?” Alis brincou. “Não é algo que eu esteja ansiosa por fazer, mas juntos, podemos ter sucesso.”

O deserto de Paseo é habitado por algumas poucas espécies de monstros. Eles não são *muito* perigosos, mas devemos ter cuidado. Acredito que você tenha uma espada para lutar?“ ele perguntou. Alis confirmou. “Muito bem. Vamos logo, quanto mais esperarmos, mais tênue a existencia de Odin se tornará.” Então os dois atravessaram o portão a noroeste de Paseo. Depois de ouvirem as advertências dos guardas na saída, eles deixaram Paseo, entrando na área selvagem.

Eles andavam devagar, com os olhos e ouvidos atentos, procurando por baús não descobertos e feras. “A maioria das criaturas esconde seus baús na areia, e não se afastam muito deles. Teremos sorte se pudermos encontrar um baú e não seu dono,” Myau explicou. O calor em torno deles era imenso, e andar já era algo cansativo. Para Myau e sua grossa camada de pêlos, Alis imaginou, o calor deve ser duas vezes mais intenso.

Então, enquanto caminhavam, Alis tropeçou em algo na areia e caiu para frente. Ela se virou para ver em que havia tropecado, e viu um pequeno pedaço de madeira fora da areia. Era de carvalho escuro, por isso ela não deve tê-lo visto. Myau se aproximou para investigar; ele comecou a usar suas garras para escavar. “Essa é a ponta de um baú!” ele exclamou. Ainda de joelhos, Alis sorriu pela sorte que tivera e começou a ajudar Myau a cavar. O baú em si tinha quase meio metro de largura, enterrado quase que completamente. Mas os grãos de areia eram facilmente removíveis, e logo Alis pôde erguer o baú do buraco. Quando ela o fez, viu com o canto do olho, as orelhas de Myau se esticarem, como se ele tivesse ouvido algo. Foi um aviso inadequado.

Subitamente, a não mais de um metro de distância, algo emergiu da areia. Em um breve momento, uma enorme criatura semelhante a uma serpente ergueu-se. De um verde pálido, ela não possuía cabeça, apenas um nódulo redondo e amarelo que pulsava ritimadamente. Seu corpo parecia ter meio metro de largura, e cortava a areia, emitindo um baixo e grave som. Myau pulou para trás quando a “cabeça” da criatura investiu contra eles, o resto de seu corpo de dois metros e meio de comprimento se mantinha recuado. Pega de surpresa, Alis tentou rolar para esquivar-se, mas a fera atingiu seu abdômen lateralmente.

Um instante depois, as garras de Myau brilharam enquanto ele cortava o nódulo pulsante, fazendo jorrar um líquido marrom da criatura. Isso deu tempo para Alis se mover, e no mesmo movimento, ela agarrou sua espada e cortou a cabeça da serpente, separando-a completamente do corpo. Alis e Myau olharam um para o outro por um momento, com aquela coisa morta entre eles, ainda jorrando um líquido marrom.

Arfando muito, Alis disse. “Você está bem, Myau?”

“Sim, estou bem. Já lidei com piores que esse. Mas e quanto a você? Você tomou um belo golpe.” Alis pôs a mão sobre o ferimento e sorriu.

“Nada com o que eu não possa lidar. Só um machucado. Fiquei mais assustada do que ferida. Vamos, vamos abrir esse baú.” Alis se aproximou do baú, que agora estava coberto com o sangue da criatura. “Que bagunça,” ela disse enquanto começava a mexer na fechadura. “É difícil acreditar que uma coisa dessas seja esperta o suficiente para roubar dinheiro dos viajantes.”

“A inteligência assume muitas formas no universo, devo dizer,” Myau comentou. “assim como a maldade.” Alis, não conseguindo abrir o baú, começou a usar a espada para abri-lo como fez em Palma. “Acho que está quase cedendo,” Alis disse, “estou quase abriAAARGHH!” Alis gritou, caindo para trás. Myau viu o que parecia ser uma pequena flecha perfurar seu peito; o baú tinha uma armadilha. Ela sangrava muito. “Alis! Alis! Você tem que puxá-la!”

“Ahhhh, isso dóóóóóóóiiii!” ela gritou. “Myyyyyaaaaauuuuu!”

“Alis, puxe-a! Agora!” Agarrando a flecha com as mãos cobertas de sangue, Alis a puxou devagar, mas isso só serviu para aumentar a dor. “Um puxão só, Alis! Posso ajudá-la, mas você tem que puxar a flecha!” Myau pôs-se a seu lado, temendo perder sua amiga e salvadora.

Ainda gemendo, Alis agarrou a flecha com firmeza mais uma vez, e, respirando fundo, puxou-a com toda força, arrancando a flecha do peito. “Yeeeeaaaaaarrrrrgggggghhhhh!” ela gritou, o sangue agora tomava todo o seu torso. Enquanto lágrimas corriam por sua face, Myau preparava-se a seu lado. Seus olhos se fecharam e ele abaixou a cabeça. Ele parecia estar falando para si mesmo em um tom baixo. Um momento depois, sua cabeça se ergueu, seus olhos se abriram, e ele lançou um miado alto e agudo que ecoou pelo deserto. Alis ficou paralisada, enquanto uma pressão começou a se espalhar por seu corpo. Era como a sensação que ela havia experimentado ao usar a magia Desan, so que muito mais forte. Distraída pela pressão crescente, sua percepção da dor desapareceu. E assim como veio a pressão se foi, deixando Alis restaurada novamente.

Ela olhou para a área onde a flecha havia perfurado sua armadura, e ainda que não pudesse ver sua pele, ela sentiu que estava curada. Ainda coberta de sangue, ela olhou para Myau, “Você está bem, Alis?” ele perguntou ansioso.

“Sim, sim, e graças a você. Você salvou minha vida!” Ela estava surpreso por ter formado um laço tão forte com essa criatura em tão pouco tempo. “Mas você parece machucado!”

“Estamos nessa juntos, eu e você. Vou dar o meu melhor para lhe proteger. Tem alguma coisa que não entendo, algo mágico em você, algo que me diz que você *deve* sobreviver, pelo bem de todo Algol.” Vendo a confusão de Alis diante disso, ele acrescentou rapidamente, “fazer magias de cura me deixa cansado, mas não estou machucado. Basta descansar um pouco da caça aos monstros, e ficarei bem.”

“Você sabe magia? Onde você aprendeu? Certamente você não conhece as antigas técnicas Desan! Conhece?”

“Meu povo usava muita magia; ela nos ajudou a sobreviver em Algol por muito tempo. Mas não, não é Desan. Nós temos nossos próprios métodos e rituais.” Pondo-se de pé, ele continuou, “Vamos, não é seguro continuar aqui. Pegue tudo o que estiver no baú e vamos voltar a Palma.”

fanworks/psultimate/epico/epico_006.txt · Última modificação: 2009/01/16 13:18 por orakio

Ferramentas da página