A GAZETA DE ALGOL

"O morto do necrotério Guaron ressuscitou! Que medo!"

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O Destino do Agente - Capítulo 3

Por Mike Ripplinger, traduzido por Vovô Dorin

Paseo era a capital de Motávia. E, basicamente, de toda Algol. Dezóris realmente não contava, assim como os Dezorianos não queriam nada com o outro planeta. A antiga capital de Algol era Camineet em Palma, mas Palma foi destruída. A capital de Dezóris era a cidade de Aukba.

Era lá que ficava o gabinete do líder de Dezóris, K’Cren. O gabinete ficava nas alturas, no topo do Edifício Presidente, o gigantesco arranha-céu que era o prédio do governo. (O equivalente da Torre Central de Motávia).

Mas o nome Edifício Presidente era equivocado, porque K’Cren não era Presidente de Dezóris, mas o seu ditador. Ele estava sentado no seu gabinete, vestindo a túnica Presidencial e de costas para a sua escrivaninha, olhando para os campos brancos de Dezóris. O General K’Cren realmente, realmente amava o seu planeta, e era de fato um bom líder. De lá ele podia ver o que havia sido Skure, em sua totalidade. Considerando o quão massivo era o agora abandonado complexo da cidade de Skure, isto demonstrava o quão alto era o Edifício Presidente.

Ele podia ainda observar o planalto Alplatin. Desta altura ele não conseguia ver a Mansão Esper, uma vez que, de lá, ela ficava menor que uma formiga, mas ele podia distingui-la no Alplatin através do cintilante campo de força azul que cercava e protegia o planalto. Não era difícil de ver.

Uma campainha tocou e o General se virou em sua cadeira para a ver porta. Ela aparenta estar a uma milha dali; o gabinete era bem grande e comprido. “Entre,” disse K’Cren em Dezoriano, a linguagem comum de Dezóris.

A porta se abriu para revelar um alto, bem apessoado Dezoriano. Seus olhos pretos eram meras fendas no meio do rosto verde em forma de ovo. O nariz era apenas dois pontos no meio do rosto. A boca, uma fenda preta. Seu rosto era como o de qualquer outro Dezoriano.

Mas as suas roupas imediatamente mostravam que ele era alguém importante. Seu alto kem’pallah, os chapéis que todos os Dezorianos usam para exibir o seu status social, mostravam que a sua posição era tão alta que somente uma pessoa no planeta o superava: o próprio General K’Cren. O uniforme que ele trajava era de um vermelho brilhante com cordões amarelos decorativos em volta do pescoço e dos pulsos. Botas pretas e altas que tocavam seus joelhos.

“Kensec,” cumprimentou K’Cren para o homem. Era um cumprimento na mais elegante língua Dezoriana, Pennzat, o idioma reservado somente para as mais altas das classes sociais. O General acenou para o Comandante do seu exército, D’zkot, entrar na sala.

“Kensec, Pai’tekkan,” D’zkot cumprimentou e entrou na sala. Depois de uma pequena marcha até a escrivaninha de K’Cren, o Comandante se ajoelhou numa eloquente saudação ao seu superior, para então sentar-se.

“Eu estou ciente de que os eventos em Motávia significam nada para o senhor, Pai’tekkan,” começou D’zkot em Pennzat, “mas eu acredito que algo que está ocorrendo possa despertar o seu interesse.”

K’Cren acenou para que ele continuasse.

“Um grupo de Rebeldes surgiu em Paseo, Motávia. Esses Rebeldes estão em conflito com os Guardiões, e o Governo e seus Agentes estão lutando contra os dois.”

K’Cren ficou em silêncio enquanto assimilava a situação. “O que isso poderia significar para Dezóris se este tumulto interno em Motávia continuar?” perguntou ele.

“Nosso programa espacial continua avançando. Se novas raças forem atraídas para Algol, eu acredito que Motávia possa estar muito ocupada com os seus próprios conflitos para se preocupar com vidas alienígenas.” D’zkot sorriu.

K’Cren concordou, permitindo-se mostrar um sorriso. “Meus agradecimentos por trazer esta situação para a minha atenção. Isto pode se provar… rentável… para Dezóris no futuro.”

D’zkot levantou-se e, novamente, executou a saudação cerimonial. Ele se virou e deixou a sala sem nenhuma palavra.

Feliz com o Comandante, o General não podia ver o gigantesco sorriso na sua face.

- - -

Sinc’tekkan D’zkot retornou ao seu gabinete depois da sua visita ao Pai’tekkan K’Cren. Seu gabinete não era nem de perto tão grande quanto o de K’Cren, mas enquanto que o de K’Cren era mobiliado com apenas uns poucos quadros e uma ou duas cadeiras, o de D’zkot tinha fileiras de estantes, uma caixa que continha várias armas em uma das paredes, e um computador e um Visiphone na escrivaninha.

D’zkot foi para a sua escrivaninha imediatamente e ativou o seu computador com as impressões da mão e uma frase em Pennzat. Uma vez no computador, ele acessou o programa que rodava o Visiphone na escrivaninha, e no processo adicionou medidas de segurança e um código criptografado. “Linha segura para Motávia,” ordenou D’zkot para o computador, novamente em Pennzat. Sua mão de pele verde-claro com seus três dedos e o polegar então se direcionou para o Visiphone e pressionou uma sequência. A tela se acendeu com um símbolo Dezoriano, e as palavras “Linha segura – Sinc’tekkan D’zkot” logo abaixo, também em Pennzat.

De repente, a tela piscou, e então apareceu um homem Motaviano de cabelo verde na altura dos ombros. Ele vestia um uniforme Rebelde.

“Ricktus,” falou D’zkot na língua de Motávia. Ele falava Motaviano com muita precisão, sem sotaque.

Ricktus, o líder dos Rebeldes, balançou a cabeça numa saudação para D’zkot. “Olá, D’zkot.” Ele parecia buscar pela frase. “Palah.”

D’zkot escondeu o seu desgosto para com a fraca tentativa do Motaviano em usar o idioma Dezoriano. “Relate sobre a bomba do Jardim Central.”

Ricktus parecia se afundar na sua cadeira. Ele poderia até ser o líder dos Rebeldes como era sabido por todos, mas somente dois homens – D’zkot e Ricktus – sabiam que D’zkot era o verdadeiro líder da facção Rebelde em Motávia, e que Ricktus era um mero fantoche.

O suposto líder dos Rebeldes aparentemente não percebeu que ele estava calado. “Eu estou esperando, Ricktus,” disse D’zkot calmamente.

“Umm, err…” Ricktus olhou para D’zkot através da tela, e viu um rosto frio sem emoções com um pequeno traço de fúria.

“Procurando as palavras, Ricktus?” cuspiu D’zkot por entre os seus dentes trincados. Ricktus encontrou os olhos do Sinc’tekkan na tela. “Palavras para me dizer que você e sua unidade Rebelde falharam?”

Ricktus fechando os olhos foi a resposta.

D’zkot balançou a cabeça, rugindo em Pennzat. “Por D’zris, eu permiti que este inseto com uma inteligência menor que a de um g’grat de casta menor planejar uma grande atividade Rebelde, e é claro que foi uma vitória dos Guardiões.” Ele olhou de volta para Ricktus, e continuou, agora na língua de Motávia. “Eu vou enviar ordens dentro de pouco tempo para uma grande operação, Ricktus. Por grande eu quero dizer extraordinariamente grande. Se você estragar esta missão – e acredite em mim, esta é mais importante que qualquer outra que eu tenha lhe dado – eu irei pessoalmente garantir que você verá a bela Dezóris.”

O líder dos Rebeldes olhou confuso para o seu mestre.

“Especialmente, nosso famoso sistema s’dkini. Palácios da tortura.”

O rosto de Ricktus se tornou mais branco que a neve que cobre a superfície de Dezóris.

“Eu… eu… eu não falharei para com o senhor, D’zkot. Err, Sinc’tekkan.”

A boca de D’zkot se manteve numa linha reta. Ele cortou a linha sem uma palavra.

Somente então ele girou na sua cadeira e sorriu. Pouco depois, o seu gabinete estava preenchido por uma gargalhada maníaca.

- - -

Enquanto a rajada laser vinha, Rolf mergulhou para o solo, e rolou adiante. Ele deixou a inércia levá-lo, e no meio da manobra, sacou a sua Sonic Gun. Enquanto ele rolava de novo, seus pés tocaram o chão. A duração foi perfeita – tinha de ser – pois assim que Rolf sentiu seus pés tocarem o chão, ele parou de rolar e sobre os seus pés, girou, mirou e atirou.

A rajada de energia Sônica pegou de assalto tanto os ouvidos de Rolf quando as do Rebelde no qual ele atirou. Lamentavelmente para o Rebelde, ela havia perfurado a testa dele. Algumas gotas de sangue e fumaça saíram pelo buraco no rosto do Rebelde, e então o Rebelde caiu.

E desintegrou-se logo depois. Rolf pediu ao computador para finalizar o programa de treino, e a simulação da ruas de Arima desapareceram enquanto o Agente deixava o HoloCubo.

Ele tinha de dar os devidos créditos à Cérebro-Mãe: os HoloCubos que ela fez eram muito melhores que novos que o governo havia fornecido recentemente. Mas se acostumar com tecnologia menos sofisticada era a única desvantagem de não ter mais a presença de Cérebro-Mãe sobre Motávia.

Ele retornou para o seu gabinete na hora, uma vez que o seu Visiphone se acendeu, mostrando que estava recebendo uma ligação. Ele pressionou o botão.

A tela permaneceu branca, mas a luz no painel mostrava que uma linha estava mesmo aberta. “Umm, alô?” perguntou Rolf num sussuro.

“Esta linha é segura?” perguntou uma voz familiar do fone. Nenhum outro Agente estava por perto para ouvir, mas por medida de precaução, Rolf abaixou o volume para o mínimo. Então ele passou o dedo no fundo do fone e empurrou a tampa disfarçada de um painel escondido. Rolf havia projetado tal fone para casos como este.

Ele apertou um botão, e uma luz interna no fone sinalizou que o embaralhador de frequências havia sido ativado. A linha ainda não estava totalmente segura, uma vez que Rolf sabia que o Visiphone do outro lado não possuía embaralhadores funcionando (e mesmo que tivesse, a linha ainda não seria 100% segura) mas Rolf disse “Sim” do mesmo jeito.

A tela então se acendeu de vez. Rolf viu o rosto de Kip. Ele aparentemente não havia feito a barba ainda desde ontem – uma barba eriçada aparecia na sua face. Ele não estava vestindo o uniforme dos Guardiões, mas trajes civis, que diziam a Rolf que ele escondido.

“Você não deve me chamar aqui, Kip,” protestou Rolf.

“Bem, apenas espere até que eu diga a você por quê eu chamei você. Podemos nos encontrar na sua casa?”

“Por quê?”

“Porque o que eu tenho a te dizer somente pode ser dito pessoalmente.”

Rolf compreendeu, e concordou. “Cinco minutos,” ele disse, e cortou a linha e desligou os embaralhadores.

Ele pegou a sua Sonic Gun, e examinou o pente. Ele havia utilizado um pouco dele no HoloCubo, então ele deixou o pente numa gaveta da escrivaninha e pegou outro. Carregou-a. Então ele foi para casa.

- - -

Enquanto ele se aproximava da sua porta da frente, ele se virou e vasculhou a rua por Kip. Então uma voz quase matou-o de susto.

“Me desculpe, mas estava péssimo. Alguém devia te dizer que você estava procurando alguém.”

Tudo o que Rolf fez foi abrir a porta e dizer, “Vá para dentro, Kip.”

O Guardião saltou dos arbustos próximos a porta da casa e escapuliu para dentro da sala. Rolf fechou a porta atrás dele. Anna estava na cozinha. “Olá, Rolf, Kip,” ela disse. “O que houve?”

“Onde está Rudo?” perguntou Kip à sua líder. Rudo saiu do seu quarto, de onde Anna graciosamente havia lhe permitido usar para se arrumar.

“Sim, Kip?”

O pequeno Guardião recostou-se na poltrona, descansando seus nas braços nas costas da mesma. Rolf o encarou duramente de onde ele se sentou para a cadeira ao lado. Rudo se encostou na parede. Anna apoiou os braços na bancada da cozinha e olhou para o seu amigo.

“Chefe,” ele dirigiu-se a Anna, “na noite passada quando eu fui embora, eu entrei nos túneis e estava no meu caminho para casa, quando eu ouvi dois Rebeldes na rua. Aparentemente eles perderam o teleporte e ficaram presos lá.”

“De qualquer forma, eu ouvi os planos deles de como voltarem para casa, e por causa disto eu acabei ouvindo o que eu acredito ser o nome do líder dos Rebeldes. Ricktus. Já ouviram falar antes?”

Anna começou a balançar a cabeça, então Rudo a interrompeu. “Ele era um Caçador. E eu pensava que era. Ele foi expulso. Ricktus é um maluco. Um criminoso que se juntou aos Caçadores para saciar sua vontade de matar.”

“Eu poderia obter os seus arquivos se ele tiver algum registro,” disse Rolf.

“Eu não duvido disto,” concordou Rudo. “A única questão é o que foi ou não redigitado nos computadores desde a Grande Queda.” Rolf correu para o quarto. Os outros três esperaram. Poucos minutos depois Rolf voltou, com um relatório de computador na mão.

“Ricktus Tenbern. Sua idade atual deve ser…” Uma conta de cabeça rápida. “Vinte e quatro. Seus pais o expulsaram de casa quando ele tinha quinze anos. Preso pela primeira vez aos dezessete. Dentro e fora da prisão a vida toda. Ele ganhou a condicional quando se ofereceu para se juntar aos Caçadores,” terminou Rolf.

“Bom trabalho, Kip,” sorriu Anna. “Você cumpriu com o seu dever mais uma vez.”

“Não é só isso. Eles deixaram uma pista – e eu usei um rastreador para ter certeza – mas eu também consegui a localização do principal quartel Rebelde.”

Isto chamou a atenção deles. Rudo, Rolf e Anna viraram suas cabeças em diração a Kip e arregalaram os olhos. Kip estava um pouco chocado com as suas repentinas, rápidas reações, e isto era visível, enquanto ele ficou quieto por um instante. Então–

“Vamos, diga logo!” demandou Rudo.

Kip olhou para ele por um segundo, e retornou a sua atenção para Anna. “Laboratório de Biossistemas.”

A reação de Rolf foi ir até o seu quarto, e sair com o seu casaco. Vestindo-o, ele escondia seu uniforme e sua arma. “Fiquem na espera, todos. Eu voltarei em uma hora. Quando eu voltar, nos prepararemos para ir.”

“Grande,” suspirou Rudo. “Da última vez que eu invadi o Laboratório, eu quase fui morto pelos Biomonstros.”

Anna esperou até que Rolf saísse antes de acrescentar, “Bem… vamos torcer para que aqueles dois, o charmoso e você tenham de voltar novamente.”

fanworks/psultimate/destino_do_agente/agente_003.txt · Última modificação: 2009/01/16 13:48 por orakio

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